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Análise Agronegócio

Açúcar tem sequência de altas no mercado internacional

PLINIO NASTARI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os preços do açúcar cru negociados na Bolsa de Nova York têm surpreendido o mercado pela sequência de altas da última semana.

Os fundamentos foram dominados por notícias vindas da Rússia, da União Europeia, da Índia e da Tailândia.

A Rússia anunciou produção recorde de 5 milhões de toneladas de açúcar de beterraba até 30 de janeiro, ante 2,73 milhões de toneladas no ano anterior.

Esse aumento se soma ao da União Europeia, que deve terminar a atual safra com produção de 18,3 milhões de toneladas, com aumento de 1,7 milhão de toneladas em relação ao ano anterior.

A Índia sinalizou nesta semana uma cota adicional de exportação de 1 milhão de toneladas de açúcar a ser exportada em 2011/12, totalizando 2 milhões de toneladas no atual ciclo.

No entanto, a expectativa é que tenha até 4 milhões de toneladas de excedente exportável, o que pode gerar a liberação de novas cotas de exportação, uma vez confirmado o volume esperado para este ano.

Até janeiro, a produção está 14,5% superior à do ano anterior. Da Tailândia surgiram notícias de que parte do canavial está sofrendo com o florescimento, embora os representantes do governo ainda não admitam impacto na produção.

Os preços do açúcar na Bolsa de Nova York apresentaram relativa volatilidade nos últimos três meses, trabalhando numa faixa de preços que variou entre 23 e 26 centavos de dólar por libra-peso, nos fechamentos diários do primeiro vencimento.

Os recentes aumentos têm sido atribuídos ao posicionamento de fundos de investimento, que demonstraram interesse em retomar os negócios com açúcar.

O principal fato é que as commodities agrícolas têm sido, e continuarão sendo, fortemente influenciadas pelo contexto internacional.

A crise financeira nos países europeus, os conflitos políticos nos países árabes, a crise econômico-financeira nos Estados Unidos e os movimentos nos mercados de câmbio ajudam a tornar mais complexa a análise dos preços agrícolas e do mercado do açúcar em particular.

PLINIO NASTARI é mestre e doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultoria.

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