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Invepar quer duplicar receita de Guarulhos

Novo terminal, que ficará pronto para a Copa, vai receber somente voos internacionais

MARIANA BARBOSA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O novo terminal de passageiros de Guarulhos será dedicado exclusivamente a voos internacionais. O projeto arquitetônico ainda está em elaboração, mas sua funcionalidade guardará semelhanças com o O.R. Tambo, o aeroporto de Johannesburgo operado pela Acsa.

A obra faz parte da primeira rodada de investimentos, de R$ 1,4 bilhão, que a Invepar e a sul-africana Acsa, vencedoras do leilão de concessão de Guarulhos, terão de entregar até a Copa de 2014.

"Serão dois anos de muita cobrança e pouco tempo para entregar resultado", afirma Gustavo Rocha, presidente da Invepar, em entrevista concedida para a Folha.

O entorno do aeroporto deve ganhar um shopping center, uma torre comercial e um hotel -a incorporação imobiliária é uma das receitas da Invepar para garantir o retorno do investimento.

Rocha diz que pretende "mais do que dobrar" as receitas comerciais. Hoje 40% da receita da Infraero em Guarulhos (de R$ 1 bilhão em 2011) é comercial, e o resto é ligado diretamente à operação aérea. A ideia é elevar esse patamar para 55% a 65% em três a quatro anos.

Rocha diz que pretende realizar mais obras e melhorias do que o previsto no edital, a um custo menor do que o calculado pelo governo (R$ 4,6 bilhões). "Não vai chegar a 30% [como prevê a Triunfo, vencedora da concessão de Viracopos], mas conseguiremos economizar uns 10%."

Com mais receita e menos necessidade de investimento, Rocha diz que é possível pagar as obrigações de outorga ao governo, no valor de R$ 16,2 bilhões em 20 anos, mais um porcentual variável da receita, e ainda obter um retorno real (acima da inflação) de 8% ao ano.

Entre os investimentos adicionais está um prédio de quatro andares de estacionamento, com capacidade para 15 mil vagas. Hoje são 4.000. A ideia é inaugurar o estacionamento já no ano que vem, para incrementar as receitas o quanto antes.

Rocha diz ainda que não pretende simplesmente aumentar aluguéis para fazer caixa. "No caso das lojas e restaurantes, o foco não é mais receita, mas mais variedade de lojas", diz ele, que pretende respeitar os contratos vigentes, que vencem, na maioria, em 2013 e 2014.

Longe das amarras do processo licitatório do poder público, o concessionário vai escolher as grifes que quer exibir no aeroporto e negociar um aluguel "a preço de mercado". As lojas também serão reposicionadas para a área posterior ao embarque.

Rocha diz que o aeroporto estará "100% com a cara" do novo operador a partir da Copa. Mas, para marcar o início da gestão, após a assinatura do contrato, prevista para maio, a empresa planeja estrear já no primeiro dia uma nova identidade visual.

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