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Governos e ONGs dão incentivo a emigrante Países lançam programas para estimular o empreendedorismo entre as pessoas que deixaram a terra natal Recursos podem ser usados no desenvolvimento de empresas e gerar postos de trabalho VERENA FORNETTIDE NOVA YORK O bom filho à casa torna, parecem dizer organizações sem fins lucrativos e governos que lançaram programas para incentivar o empreendedorismo entre pessoas que deixaram a terra natal. Recentemente, países como Irlanda, um dos mais afetados pela crise econômica, Armênia e Nigéria anunciaram planos com a meta. Para o Instituto de Políticas Imigratórias, em Washington (EUA), o estímulo ao empreendedorismo foi uma das principais tendências vistas em 2011 nas políticas públicas. "À medida que a economia mundial continua a luta para reconquistar a sua posição após a recessão 2007-2009, tornou-se claro que o caminho para a recuperação será sinuoso", diz relatório do centro de pesquisas, que defende a contribuição dos expatriados nesse processo. Segundo o instituto, o papel dos emigrantes no envio de remessas aos países de origem é bastante conhecido, mas se presta menos atenção à capacidade de transformação econômica que essas pessoas têm ao investir. O conhecimento dos costumes locais, combinado com recursos acumulados no exterior, facilita a tarefa. A partir do fim dos anos 1980, a Índia foi um dos países que mais se beneficiaram com iniciativas de emigrantes, após conquistarem postos-chave em empresas norte-americanas. INDIANOS Em artigo, os analistas Abhishek Pandey, Alok Aggarwal, Richard Devane e Yevgeny Kuznetsov, da consultoria Evalueserve, argumentam que os indianos que haviam se mudado para os EUA tiveram papel fundamental no fortalecimento da economia baseada no conhecimento na Índia, o que inclui os setores médico e tecnológico. "Nos anos 1960 e 1970, indianos que emigraram para os EUA eram engenheiros, médicos e advogados e lá muitos concluíram mestrados, doutorados e MBAs." Os pesquisadores dizem que há mais de 20 mil milionários indianos nos EUA, principalmente nos arredores de San Francisco, e que essas pessoas não só investem em empresas mas dedicam tempo para treinar os que têm ascendência do país asiático. O modelo indiano inspirou outros. O governo do México também tem programa voltado a emigrantes altamente qualificados. O financiamento é feito pela Fundação pela Ciência Estados Unidos-México. Há projetos parecidos na Coreia do Sul e na África do Sul. Entre as iniciativas de 2011, destaca-se o programa irlandês. Em outubro, o governo lançou fundo de € 10 milhões para financiar investimentos no país. Embora aberto a outros interessados, é voltado principalmente a irlandeses no exterior ou a quem tenha estudado ou trabalhado na Irlanda. Resultados não foram divulgados. No ano passado, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, anunciou US$ 100 milhões para imigrantes moradores nos EUA que queiram empreender na América Central e México. O programa tem recursos da Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), entre outras entidades. INICIATIVA PRIVADA Igualmente há exemplos na iniciativa privada. A Nido (Nigerianos na Organização da Diáspora) anunciou, em meados de 2011, um fundo de US$ 200 milhões para encorajar negócios na Nigéria. O Instituto de Políticas Imigratórias afirma que mesmo pequenas e médias empresas, como salões de beleza e companhias de táxi, por exemplo, não devem ser negligenciadas, pois estimulam a geração de empregos. Apesar de o estímulo governamental e privado ter efeito, um ambiente de negócios favorável (com simplificação de burocracias e segurança jurídica) é determinante para que essas iniciativas atraiam empreendedores. "Ninguém espera que os emigrantes resolvam todos os problemas ou solucionem as questões financeiras relacionadas aos negócios em países em desenvolvimento, mas há o reconhecimento de que eles são parte da resposta", afirma à Folha Aaron Terrazas, especialista do instituto. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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