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Nova direção quer mudar nome do PanAmericano

Marca de ex-banco de Silvio Santos fica desgastada após rombo de R$ 4,3 bi

Para BTG Pactual, é inviável usar nome no crédito imobiliário, especialmente para classe média alta

Rodrigo Capote/Folhapress
Logomarca do banco PanAmericano em agência em SP
Logomarca do banco PanAmericano em agência em SP

DE SÃO PAULO

A nova administração do banco PanAmericano, encabeçada pelo BTG Pactual, estuda mudar o nome da antiga instituição financeira de Silvio Santos, que frequenta o noticiário policial após um rombo de R$ 4,3 bilhões.

Com os ex-executivos do banco banidos do sistema financeiro e correndo risco de serem presos, a nova equipe chegou à conclusão de que é inviável utilizar o nome PanAmericano, especialmente para empréstimos imobiliários destinados à classe média alta, público-alvo da Brazilian Mortgages, financeira adquirida no final de 2011.

O novo nome só será definido após estudos de "recall" de marca, que serão feitos nos próximos meses.

O assunto está a cargo do novo presidente do banco, José Luiz Acar Pedro, indicado pelo BTG Pactual.

Uma das possibilidades em análise é manter a marca BM Sua Casa, bandeira de varejo da Brazilian Mortages.

A BM Sua Casa tem cerca de cem lojas no país e é a maior financiadora independente de crédito imobiliário operando fora das regras do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que utiliza recursos da poupança.

Totalmente brasileiro após a saída dos suíços do UBS, o Pactual também não quer um nome estrangeiro como o da Brazilian Mortgages.

A única dúvida dos executivos é quanto o escândalo contaminou a marca PanAmericano nas classes C e D -foco da área de financiamento ao consumo, principal negócio do PanAmericano.

Para esse público, talvez a marca PanAmericano ainda seja forte. "Temos que ver o que significam 20 anos de Silvio Santos falando no ar sobre o banco PanAmericano. O assunto está em estudo", disse André Esteves, presidente do BTG Pactual.

ANTECEDENTES

O escândalo do PanAmericano é lembrado como a "Enron brasileira", em referência à gigante energética que enganou o mercado com maquiagem de balanço, ocasionando a quebra da Arthur Andersen, à época a mais prestigiada auditoria do mundo.

Para salvar o PanAmericano, Silvio Santos vendeu 35,5% do banco para a Caixa Econômica Federal, em dezembro de 2009. Com o anúncio do rombo, o Fundo Garantidor de Créditos negociou a venda do controle do Pan-

Americano ao BTG Pactual.

Na semana passada, a Polícia Federal concluiu inquérito em que indiciou 22 ex-executivos do Grupo Silvio Santos por crimes que levaram a instituição ao rombo.

(TONI SCIARRETTA)

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