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Graça fala em continuidade na Petrobras

Nova presidente da estatal chora no discurso de posse ao se referir a Dilma, a quem prometeu 'fidelidade incondicional'

Engenheira, que substitui Gabrielli no comando da maior empresa do país, diz que não muda mais diretoria

Daniel Marenco/Folhapress
Graça Foster abraça Dilma (de costas) na posse na Petrobras, ao lado do deputado Marco Maia (esq.) e do ministro Lobão
Graça Foster abraça Dilma (de costas) na posse na Petrobras, ao lado do deputado Marco Maia (esq.) e do ministro Lobão

DO RIO

Ao tomar posse ontem na presidência da Petrobras, a engenheira Maria das Graças Silva Foster, 58, prometeu "fidelidade incondicional" a Dilma Rousseff. Em discurso emocionado, lembrou a trajetória na estatal e chorou após a referência à presidente.

Graça assume a maior empresa do Brasil após 31 anos de trabalho, onde começou como estagiária, e terá em suas mãos investimentos de US$ 224,7 bilhões até 2015, a maior parte para desenvolver as imensas reservas do pré-sal, um dos maiores desafios que terá que enfrentar.

A companhia emprega mais de 80 mil funcionários e em 2011 faturou R$ 244,176 bilhões, com lucro líquido de R$ 33,3 bilhões.

Na primeira entrevista no cargo, disse que não mudará mais nomes na diretoria. "Essa é a minha equipe, com quem vou trabalhar."

Das seis diretorias, apenas duas passaram por mudanças: a de Gás e Energia, antes ocupada por Graça, ficará com José Alcides Santoro; a de Exploração e Perfuração, antes ocupada por Guilherme Estrella, terá como titular José Formigli.

A cerimônia de posse reuniu oito ministros, entre eles Guido Mantega (Fazenda) e Edison Lobão (Minas e Energia), além dos governadores do Rio, da Bahia e de Minas e de empresários -entre eles, o concorrente Eike Batista, dono da petroleira OGX, que foi a pé de seu escritório, distante cerca de 900 metros do edifício sede da estatal.

Graça lembrou que ela e a Petrobras têm quase a mesma idade -Graça é 37 dias mais velha- e definiu sua gestão como de continuidade à de José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo.

Na entrevista, disse que manterá a política de reajuste de preço de derivados, assim como a política de conteúdo nacional, também citada por Dilma no discurso.

VENTOS PRIVATISTAS

"É o maior desafio que já tive em minha vida. Devo esse momento a vocês", disse Graça, dirigindo-se aos técnicos e diretores da companhia.

Em discurso, Dilma afirmou que a Petrobras "felizmente sobreviveu a todos os ventos privatistas".

"Persistiu como empresa brasileira, sob controle do povo brasileiro e exerce papel fundamental no nosso modelo de desenvolvimento."

Dilma se disse emocionada com o fato de Graça ser mais uma mulher em seu governo a atingir posto de relevância no Brasil.

A presidente recém-empossada foi às lágrimas ao agradecer a Dilma.

"É emocionada que agradeço a confiança em mim", finalizou, agradecendo também ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Gabrielli, que vai assumir uma secretaria no governo da Bahia, onde nasceu e deve seguir carreira política, adaptou o trecho de uma música de Daniela Mercury em homenagem à mãe de Caetano Veloso no final de seu discurso.

"Dona Canô chamou, eu vou. O chamado de Dona Canô eu não posso negar. Para a Bahia me vou, viva a Petrobras", finalizou.

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