Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Análise

Não há razão para que pequeno investidor se desespere em relação a ações da estatal

PAULO BITTENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA

O resultado decepcionante do quarto trimestre de 2011 da Petrobras, quando o lucro recuou 52,4% em relação ao mesmo período de 2010, e a divulgação de mudança no comando pressionaram as vendas das ações da companhia na semana passada.

Fatos novos e relevantes frequentemente trazem movimentos bruscos no preço das ações no curto prazo, pois as expectativas são refeitas, e novas projeções, divulgadas.

Para o pequeno investidor, não é aconselhável tomar decisões emocionais sob a luz desses acontecimentos, uma vez que a formação efetiva dos preços e a consequente valorização ocorrem em prazos mais longos.

Muitas dúvidas são trazidas aos investidores em momentos de transição. Além disso, incertezas relativas à efetiva exploração do pré-sal ainda não foram debeladas.

Os recentes acidentes com vazamento de óleo nessa área de exploração são sinais concretos de que muito ainda deve ser estudado para que a Petrobras obtenha o acesso seguro a essas reservas.

O menor crescimento mundial esperado nos próximos anos também parece um ser um freio importante para a recuperação dos preços do petróleo, o que pode ser um complicador para a empresa.

Por outro lado, o mercado interno de consumo de derivados de petróleo continua em crescimento forte. Ou seja, mercado a Petrobras tem de sobra, basta acelerar os projetos de refino e produção.

É preferível ter esses desafios a estar em um mercado que diminui de tamanho a cada ano, principalmente quando seu produto compete com a produção chinesa. O que não é o caso da Petrobras.

Para o investidor que não perde o sono com essas questões e tem tranquilidade para considerar o valor potencial de nossas reservas nos próximos 30 anos, não haveria razão para desespero.

A mudança de comando em si é, possivelmente, a questão de menor dificuldade, uma vez que o mercado vê com bons olhos a indicação de uma profissional com longa experiência na empresa e competência técnica.

Para o pequeno investidor que não se sente confortável em ponderar estas variáveis, uma alternativa é continuar investindo no segmento de petróleo e gás a partir de um fundo de investimento.

O gestor especializado tem melhores condições de fazer mudanças táticas de curto prazo, melhorando o potencial de ganho.

PAULO BITTENCOURT é diretor técnico da Apogeo Investimentos

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.