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Mercado usa tecnologia para manter investidores

Novas ferramentas ampliam oferta de operações aos pequenos na Bolsa

Corretoras apostam em 'amadurecimento' como estratégia para estancar a saída da pessoa física das ações

GABRIEL BALDOCCHI
DE SÃO PAULO

As corretoras investem em tecnologia para enfrentar a saída de investidores da Bolsa, provocada pela instabilidade do mercado. Novas ferramentas tentam popularizar operações complexas ao pequeno investidor.

"[As ferramentas] Abrem mais opções; em vez de comprar e torcer para subir, o investidor tem muito mais alternativas. É de esperar que essa 'migração' comece a crescer", afirma Paulo Levy, diretor da MyCAP, home broker da corretora Icap.

A empresa habilitou no fim do ano passado uma ferramenta para que o pequeno investidor possa fazer sozinho, no home broker (negociação via internet), a chamada "venda a descoberto", que permite ganhar com a queda das ações.

"A ideia é procurar diversificar as operações, hoje bem limitadas, e dar oportunidade para o cliente proteger sua carteira a fim de que consiga se manter no mercado", diz Bruno DiGiorgio, superintendente da Banifinvest, que acaba de lançar uma ferramenta de auxílio para uma operação complexa.

Pesquisa da Folha encontrou lançamentos de programas semelhantes em cinco corretoras.

Segundo especialistas, essas tentativas de estancar a saída do pequeno investidor quando o mercado acionário está sofrendo acaba contribuindo para o processo de amadurecimento desse público na Bolsa.

"Eram operações usadas pelos gestores de fundos. De dois anos para cá, a pessoa física começou a buscar ganhos alternativos. Agora, mesmo que o mercado fique mais definido, vai ter uma demanda cativa", diz Silvia Werther, diretora da Ativa Corretora.

Em 2011, a Bolsa amargou interrupção no processo de expansão no número de novos investidores pessoa física, que vinha desde ao menos 2002. A queda de 18,11% do Ibovespa contribuiu para a saída de 30 mil pequenos aplicadores.

META ADIADA

Também no ano passado, e como reflexo da instabilidade, a BM&FBovespa tomou a decisão de postergar, de 2015 para 2018, a meta de alcançar 5 milhões de investidores pessoa física. Ao final de 2011, eles eram 583,2 mil.

"Ampliamos o prazo porque há uma crise. O mercado está funcionando de forma diferente do normal", diz Patrícia Quadros, gerente dos programas de popularização da BM&FBovespa.

Ela vê um amadurecimento desse público após o período de hiperinflação, que impedia a maior participação do investidor pessoa física, mas diz que há muito a fazer.

Para enfrentar a crise e reforçar os programas de popularização, a Bolsa lançou, no fim de 2010, um programa para premiar o investidor que permanece mais tempo e indica amigos ao mercado.

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