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Caixa eletrônico só opera 14 horas em SP

Levantamento de instituição de defesa do consumidor mostra que maioria dos terminais não funciona 24 horas

Na avaliação da ProTeste, site que dá localização de caixas deveria informar horários de operação

Alessandro Shinoda/Folhapress
Cliente usa terminal do Banco24Horas em loja de conveniência em SP; ProTeste quer regulamentação de horário
Cliente usa terminal do Banco24Horas em loja de conveniência em SP; ProTeste quer regulamentação de horário

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Os terminais do Banco24Horas, rede de autoatendimento compartilhada pelos principais bancos brasileiros, não funcionam 24 horas por dia, como sugere o nome.

A maioria dos caixas da rede funciona só das 8h às 22h -uma jornada de 14 horas corridas- em São Paulo, segundo pesquisa da ProTeste.

Pertencente à TecBan (Tecnologia Bancária), o Banco24Horas tem mais de 44 mil terminais. É a maior rede de caixas eletrônicos do país.

Neles, podem fazer saques e outras operações clientes de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander, entre outros. A empresa é controlada por Banco do Brasil, Bradesco e Santander.

Na pesquisa, a ProTeste fez 23 visitas, entre os dias 5 e 9 deste mês, a 12 pontos dos bairros de Moema, Jardins, Saúde, Vila Mariana, Penha e Itaquera. Em cada bairro foram verificados dois caixas diferentes, em duas ocasiões distintas, sempre após as 22h.

A primeira visita ocorreu em um dia útil, e a segunda, no fim de semana. Foram inspecionados terminais em locais abertos (postos de gasolina, caixas de rua) e fechados (shopping centers, lojas e supermercados).

De 23 visitas, em 12 não foi possível utilizar o caixa eletrônico. O principal motivo foi o fechamento do estabelecimento comercial onde estava o terminal. Ou seja, o caixa do Banco24Horas estava em locais que não funcionavam 24 horas.

No fim de semana a situação piorou: 75% dos caixas estavam em locais fechados e não foi possível utilizá-los.

Maria Inês Dolci, coordenadora da ProTeste, diz que o site da TecBan peca na prestação de serviço por não indicar os horários de abertura e fechamento dos locais em que os terminais estão.

"É uma falha e pode levar a erro. O consumidor vai no escuro, sem saber se será atendido."

SEGURANÇA

Desde que começou a onda de explosões e violação de caixas eletrônicos, muitos estabelecimentos comerciais optaram por retirar os equipamentos.

Os bancos estão testando um novo modelo de caixa eletrônico que isola o cofre da área onde o cliente aciona a máquina, para reforçar a segurança.

Para evitar sequestros relâmpagos, os bancos decidiram reduzir o valor do saque entre as 22h e as 6h; a decisão é de cada banco, que limita o valor entre R$ 100 e R$ 300.

Com o resultado da pesquisa, a ProTeste vai pedir ao Banco Central e à Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que sejam regulados os horários de funcionamento dos caixas.

A entidade também quer que os bancos divulguem informações precisas sobre os locais e os horários de funcionamento dos terminais.

"Eles podem até dizer que isso acontece por motivo de segurança. Tudo bem. Nós queremos que o consumidor tenha informação e que o Banco Central regule esses horários de funcionamento."

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