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MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Agronegócio dos EUA perde espaço na China

Os Estados Unidos perdem espaço nas exportações do agronegócio para a China neste ano. Após liderarem as importações em 2011, os chineses devem cair para a terceira posição. É o que mostram as estimativas de ontem do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) referentes ao ano fiscal de 2012, que termina no fim de setembro. Em 2011, as exportações totais dos EUA foram recordes.

A menor participação dos norte-americanos no mercado chinês se deve ao aumento das vendas do Brasil e da Argentina para o país asiático. O Brasil, além de ganhar mercado na China, ganha também nos Estados Unidos. As exportações brasileiras para os norte-americanos sobem para US$ 4,4 bilhões neste ano fiscal, 27% mais do que no anterior.

As receitas totais dos EUA caem no setor de grãos, à exceção do milho.

Nesse caso, a demanda maior da China vai permitir aos norte-americanos obter US$ 13 bilhões com as vendas externas do cereal, 1% mais do que no ano anterior.

Já no caso do complexo soja, as exportações norte-americanas deverão recuar para US$ 25 bilhões, com queda de 14%. Essa retração se deve à preferência dos chineses pela América do Sul, onde mantiveram compras mesmo após novembro, quando tradicionalmente se voltam para os EUA devido ao final da safra por lá.

A maior perda dos norte-americanos deve ocorrer no óleo de soja, com recuo de 60% nas receitas no ano.

Ao contrário do que ocorre com os grãos, os EUA ganham espaço nas exportações de carnes, cujas receitas devem somar US$ 29,2 bilhões neste ano, 7% mais do que no ano anterior.

Os maiores ganhos vão ocorrer nas exportações de carne de frango, com receitas de US$ 5,8 bilhões. A seguir vêm as de carnes suína (US$ 5,5 bilhões) e bovina (US$ 4,9 bilhões).

Os Estados Unidos elevam os gastos com importações no Brasil devido à alta de preços de açúcar e de café, dois importantes produtos da balança comercial do agronegócio brasileiro.

Os gastos totais norte-americanos sobem 25% nas compras com açúcar e 23% nas com café, estima o Usda.

Abaixo A colheita de arroz avança no Rio Grande do Sul e a produtividade fica abaixo do previsto. Dados da Emater, referentes às regiões onde a colheita atinge percentuais maiores, apontam produtividade média de 6.700 quilos por hectare. A estimativa era de 7.500.

Contrastes O milho também tem queda. Segundo a Emater, as áreas semeadas em agosto apresentam produção próxima a 6.000 quilos por hectare. As semeadas após setembro têm rendimento de 3.600 quilos.

Média Com esses contrastes de produção, a média estadual está em 2.700 quilos. As colheitadeiras já avançaram sobre 36% da área semeada, existindo ainda 20% de milho já maduro para ser colhido.

Sustentação O ouro voltou a subir ontem em Nova York, sendo negociado a US$ 1.785 por onça-troy (31,1 gramas). A alta se deve à fraqueza da moeda norte-americana.

Chineses vão utilizar mais commodities

A demanda chinesa por commodities neste ano deve superar a verificada em 2011 -e os dados da balança comercial de janeiro indicam um bom começo.

Segundo avaliação do Barclays Capital, a queda nas importações de alguns produtos em janeiro, em comparação com dezembro, não reflete menor demanda, mas sim estoques altos e o feriado do Ano Novo chinês.

Foi o caso da soja, cujas importações recuaram 15% na comparação mensal, para 4,6 milhões de toneladas. Mesmo assim, a instituição espera aumento do comércio durante o ano.

Já as compras de milho continuam em ritmo acelerado. As importações chegaram a 751 mil toneladas em janeiro, com alta de 32% ante dezembro.

"A importância da China nas importações de milho cresce rapidamente", afirma a instituição.

Com TATIANA FREITAS

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