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Empresas se unem para driblar a Apple

Contra monopólio da loja App Store e de sistema 'fechado', Telefónica, Facebook e Samsung buscam alternativas

Rede social se une a Sony e Nokia para facilitar pagamentos na própria web e único padrão para celulares

ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

Pesos pesados das telecomunicações e da tecnologia se uniram em grupos diferentes para atacar o modelo de negócios criado pela Apple.

Eles aproveitaram o fato de a empresa norte-americana não comparecer ao maior evento do setor, que começou ontem em Barcelona, para mostrar suas armas.

Quem atirou primeiro foram a Telefónica e a Mozilla. As duas anunciaram o projeto de uma nova plataforma para celulares, baseada em tecnologia HTML5.

O alvo mais visado é o iOS, sistema operacional da Apple, que é "fechado", ou seja, só permite a entrada de aplicativos após um processo de aprovação.

Mas o tiro atinge também o Google, que emulou alguns aspectos do modelo da Apple. Seu sistema operacional, o Android, domina o mercado ao lado do iOS -a participação somada ronda os 70%.

Para criar uma opção aos dois, a Telefónica e a Mozilla vão desenvolver aplicativos e celulares. Nesses aparelhos, tudo será feito dentro de um ambiente de HTML5: ligações, envio de SMS, navegação na internet e jogos.

Em fase de finalização, o HTML5 é a nova versão da linguagem usada na construção de páginas da web.

A fundação Mozilla, uma das proponentes da nova plataforma, foi criada pela empresa que fez o primeiro grande navegador do mundo, o Netscape (depois engolido pelo Explorer, da Microsoft).

A aposta é que, com um sistema aberto como o HTML5, e ainda apoiado por uma fundação, haverá mais facilidade em atrair o enxame de pequenos desenvolvedores que criam aplicativos de sucesso.

Poucas horas depois, quem disparou na direção da Apple foi ninguém menos que o Facebook. Foram dois tiros.

No primeiro, o chefe de tecnologia da rede social reforçou a corrente favorável ao HTML5 ao anunciar uma associação que vai criar padrões estáveis para ele -um dos grandes trunfos do iOS.

"Nosso objetivo é que qualquer smartphone produzido seja capaz de rodar o mesmo padrão de HTML5. Se conseguirmos um único padrão, teremos um mercado gigantesco", diz Bret Taylor, diretor de tecnologia do Facebook.

Para tal empreitada, o Facebook reuniu gente do quilate da Nokia, da Sony, da Samsung, da AT&T, da Vodafone e até da Microsoft.

Na sequência, outro ataque, desta vez ao coração do modelo tanto da Apple como do Google: o sistema de pagamentos baseado nas lojas "próprias" (App Store e Android Market).

O Facebook busca uma ferramenta para impulsionar os pagamentos dentro da própria web. Para isso, precisa conseguir níveis de conforto e segurança parecidos aos das lojas próprias. Alguns sistemas atuais recorrem a códigos enviados por SMS ao consumidor, que tem então de digitar o número no computador. "O pagamento passará a ser apenas um passo para confirmar a compra", afirmou Taylor.

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