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Análise

Independentes brigam para tirar os consumidores dos 'jardins murados'

PAULA LEITE
EDITORA-ASSISTENTE DE “MERCADO”

Já passou o tempo em que empresas de tecnologia vendiam aparelhos com base nos "specs" -megapixels, memória, tamanho da tela.

A guerra pela dominação no setor -em celulares, tablets ou computadores- está cada vez mais em convencer o consumidor não somente a comprar o "gadget", mas também a mantê-lo em um "jardim murado".

Nesse jardim, o cliente não precisa se preocupar com nada: basta informar seu cartão de crédito e então comprar em um só lugar aplicativos, músicas, filmes, livros e assinaturas de jornais.

A Apple, por enquanto, é quem melhor aperfeiçoou o modelo, mas a Amazon, com o Kindle Fire, e o Google, com o Android, tentam seguir pela mesma trilha.

No caminho das megaempresas estão lojas on-line que não oferecem o "serviço completo" e produtores de conteúdo e de apps, que gostariam que o consumidor comprasse deles mais diretamente, fora do "jardim murado".

Com essa venda mais direta, os independentes evitam ter de pagar pedágio à Apple, à Amazon ou ao Google; têm acesso a dados cadastrais e de hábitos dos clientes, algo que as gigantes guardam para si; e também evitam que essas empresas decidam passar por cima do seu negócio.

Foi o que a Apple fez com os apps de mensagens instantâneas pelo celular, como o WhatsApp e o Viber -lançou o iMessage, fazendo com que seus usuários não precisassem mais de terceiros.

Um dos caminhos possíveis para a independência é o HTML 5, que permite funcionalidades similares às dos aplicativos no browser.

Dessa forma, o cliente pode acessar o aplicativo sem instalar nada: a interação é direta entre produtor de app ou de conteúdo e cliente, sem passar pelo "jardim".

A dificuldade é convencer o consumidor a lidar com diversos provedores em vez de comprar na comodidade de uma loja só, mais barata.

Resta saber se o "modelo Walmart" para a vida digital vai ganhar das "lojinhas de bairro".

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