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Quem tentar restringir a web vai falhar, diz executivo do Google

Para Eric Schmidt, a internet deve manter distância tanto de governos como da ONU

ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

Mais e mais governos vão tentar restringir a internet. Mas vão falhar. O diagnóstico é de Eric Schmidt, o homem que fala pelo Google.

"A internet é como água, vai achar seu caminho", afirmou o presidente do conselho da empresa que detém o site mais popular do mundo.

Para ele, a rede tem de manter distância não só de qualquer governo como também das Nações Unidas.

"Os princípios da internet são diferentes dos da ITU [Organização Internacional de Telecomunicações, braço da ONU no setor]", afirmou Schmidt. "Ela iria balcanizar a internet, fazer com que cada pedaço seja regulado de modo diferente. Seria um desastre."

O executivo fez a principal palestra do dia no Mobile World Congress, em Barcelona, o maior evento anual do setor de telecomunicações.

Sua defesa da liberdade da rede não tardou em encontrar um reflexo direto no mundo real, já na sessão de perguntas e respostas.

Um iraniano lhe perguntou por que o próprio Google veta alguns downloads em seu país. Surpreso, Schmidt consultou um advogado e respondeu que isso ocorre por decisão do governo dos EUA. "Eu estou do seu lado", disse ele ao iraniano. "Mas não existe banda larga na prisão."

Nessa lógica, o executivo emendou elogios ao maior rival de seu site, o Facebook, que um dia antes anunciara planos de desenvolver tecnologias para acabar com a supremacia de Apple e Google no mercado móvel. "Qualquer coisa que deixe pessoas mais conectadas e mais on-line é boa", disse Schmidt.

Mas disse que os preços dos celulares com Android vão cair de US$ 400 para algo em torno de US$ 100 no ano que vem e depois chegarão a US$ 70 (nos EUA).

"Se o Google acertar a mão, haverá um Android no bolso de cada pessoa." Ele lembrou, porém, que hoje a realidade está longe disso.

"Há bilhões de pessoas que nunca fizeram uma busca no Google, nunca viram um vídeo no YouTube, nunca usaram serviço na nuvem e nunca jogaram 'Angry Birds'."

Schmidt lembrou que a rede ainda está restrita a 2 bilhões dos 7 bilhões de pessoas do planeta e que é preciso agir para evitar a consolidação de uma "casta digital".

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