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Análise/Agronegócio

Tecnologia pode elevar ganho de produtividade na pecuária

JOSÉ VICENTE FERRAZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

NO FUTURO, A TENDÊNCIA É QUE HAJA REDUÇÃO NA ÁREA DE PASTAGEM DESTINADA À BOVINOCULTURA

Nos últimos anos tornou-se quase unânime o entendimento de que a ampliação da oferta de carne bovina tem de ocorrer como decorrência de ganhos de produtividade no processo produtivo, uma vez que, via aumento de rebanho e das áreas de pastagem ocupadas por este, são na prática quase que inexistentes.

A pressão exercida pela agricultura que permite um maior rendimento por unidade de área, embora seja uma atividade de maior risco, vai ao mesmo tempo roubar área da atividade pecuária e continuar pressionando para cima os preços das terras, o que também vai estimular os pecuaristas a intensificar a produção por unidade de área.

A medição dos ganhos de produtividade obtidos nos últimos anos pela bovinocultura de corte é, infelizmente, muito complexa, dada a heterogeneidade da atividade, sua dispersão geográfica no país e da própria precariedade de controles que permitam avaliações objetivas.

Entretanto, a partir de pesquisas amostrais realizadas por diversas entidades, é possível constatar que os ganhos de produtividade ocorrem e não são insignificantes.

Os ganhos são mais perceptíveis na área de nutrição, onde avanços aconteceram no manejo de pastagens e no fornecimento de suplementação na estação seca/inverno, e redundaram principalmente na redução de idade média de abate e no aumento do peso das carcaças, além de uma série de ganhos que refletem a melhoria na nutrição do rebanho.

O avanço no apuro genético do rebanho, na sanidade e mesmo na gestão do negócio, mesmo que menos aparentes, são inegáveis e se expressam em redução de perdas, em redução de mortalidade e no aumento do desfrute do rebanho em geral.

O espaço para os ganhos futuros de produtividade ainda é muito amplo, principalmente se for considerado que existem produtores, notadamente os de menor porte, que estão muito mais lentos na adoção de inovações tecnológicas, não apenas por falta de recursos financeiros, mas também por falta de conhecimento básico e por total incapacidade de adotá-las.

Como estratégia de desenvolvimento do setor via ganhos de produtividade, parece claro que os esforços devam se concentrar em tornar disponíveis as novas tecnologias para a parcela ainda à margem da transformação produtiva, pois, para os produtores mais estruturados, as condições de mercado são suficientes para estimulá-los na direção desejada.

JOSÉ VICENTE FERRAZ é engenheiro-agrônomo e diretor técnico da Informa Economics FNP.

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