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EUA dizem manter interesse no Super Tucano

Itamaraty afirma ter recebido com surpresa notícia de cancelamento de negócio com Embraer

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO
VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

O subsecretário de Estado dos EUA, William Burns, disse ontem no Rio que seu governo "continua interessado" no avião Super Tucano e em "aprofundar" a parceria com a Embraer, apesar do cancelamento da licitação de US$ 355 milhões da Força Aérea americana vencida pela companhia brasileira.

Burns disse acreditar que o cancelamento não prejudicará a posição do F-18 da Boeing na concorrência para os novos caças da Força Aérea Brasileira, da qual participam também o Rafale francês e o Gripen sueco.

"Não acho que os dois assuntos estejam ligados. No caso da Embraer, temos um processo interno que vamos completar o mais rápido possível. No do F-18, temos um pacote de transferência de tecnologia sem precedentes, igual ao oferecido a nossos parceiros da Otan [aliança militar ocidental]."

O Itamaraty, no entanto, divulgou à noite nota em que diz que o país "recebeu com surpresa" o cancelamento da licitação, "em especial pela forma e o momento" em que ocorreu.

"O governo brasileiro considera que esse desdobramento não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa", afirmou.

No Rio, Burns dissera que a opção pelo F-18 pode ajudar a "abrir as portas para o tipo de parceria de longo prazo na área de inovação" almejado pelo governo brasileiro.

Em viagem para preparar a visita da presidente Dilma a Washington, em abril, ele não quis detalhar as causas da anulação da seleção americana, atribuída a problemas com a documentação da Embraer (a empresa nega).

Ele descartou que as razões tenham a ver com a política interna americana -o que deu margem à especulação de que o pacote oferecido no F-18 também poderia, no futuro, ser alterado por injunções políticas.

Em Washington, anteontem, o general Norton Schwartz, comandante da Força Aérea dos EUA, disse que o cancelamento foi vergonhoso e desapontador "não apenas porque nossa reputação institucional está em jogo, mas porque nossos parceiros afegãos precisam desses recursos".

O avião, conhecido como "de alerta antecipado", será usado no Afeganistão.

A Força Aérea americana afirmou que a investigação sobre o processo seletivo deve terminar no dia 12.

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