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Audi afirma que planos para o Brasil 'ficam para depois'

Montadora alemã reduz expectativa de vendas no país depois da taxação do IPI para os carros importados

Com recorde de vendas em 2011 impulsionado pelo mercado da China, empresa priorizará vendas no país asiático

ROSANGELA DE MOURA
ENVIADA ESPECIAL A INGOLSTADT (ALEMANHA)

Pela primeira vez a montadora alemã Audi vendeu mais carros no mercado chinês do que em seu próprio país.

Mesmo com a volatilidade dos mercados em consequência da crise mundial, a marca dos quatro arcos bateu recorde de vendas com 1,3 milhão de veículos comercializados em 2011 -um crescimento de 19,2% em relação ao ano anterior. E ainda superou a rival Mercedes-Benz.

Os chineses compraram 313 mil veículos da Audi em 2011, 37,3% mais do que em 2010. Na Alemanha, foram comercializados 254 mil carros, um aumento de 10,8% em relação a 2010. Nos Estados Unidos, o aumento de vendas foi de 15,7% (118 mil).

Com esses números, hoje o mercado mais importante para a marca é o da China, que tem maior potencial de crescimento segundo o presidente mundial da Audi, Rupert Stadler. "O Brasil fica para depois", afirmou.

Mesmo com o aumento significativo das vendas no Brasil -67% de crescimento em relação a 2010-, os números do país ainda são pequenos. Em 2011, foram comercializados 5.641 veículos. Dessa forma, a fábrica que a montadora já teve no Paraná, onde montava o A3 até 2006, não deve ser reativada.

O novo A3, que será apresentado na próxima terça-feira no salão de Genebra (Suíça), vai ser montado também na China, país que, seguido pelos Estados Unidos, concentra os principais investimentos da marca até 2015.

A cidade chinesa de Foshan vai receber a segunda unidade fabril da marca em 2013. Com isso, a Audi terá naquele país uma capacidade instalada para produzir 700 mil unidades até 2015.

Outra fábrica prevista da marca, para 2015, será para atender o mercado norte-americano, a ser instalada nos EUA ou no México.

BARREIRA

Peter Schwarzenbauer, vice-presidente mundial de marketing, diz que a expectativa de vendas para 2012 no Brasil foi rebaixada de 10 mil a 6.000 unidades após a taxação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros importados.

"Precisamos de mais segurança para poder planejar o crescimento da marca. As regras não podem mudar de um ano para outro. A consequência é o prejuízo ao consumidor e aos concessionários."

Schwarzenbauer disse ainda que os modelos da montadora vão ser reajustados na segunda quinzena deste mês entre 8% e 10%. Hoje o carro mais barato, o A1, custa R$ 89.900, sem o reajuste.

Ainda assim, estão previstos 20 lançamentos da marca neste ano para o Brasil e investimentos no centro de distribuição de peças, em Jundiaí (SP), onde 95% dos itens estarão disponíveis a todo o país num prazo de 48 horas.

A jornalista ROSANGELA DE MOURA viajou a convite da Audi.

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