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Salário menor para mulher pode dar multa Senado aprova projeto de lei que pune empresa que pagar menos a mulheres que a homens na mesma função Projeto aguarda sanção da presidente; multa é de 5 vezes diferença entre remuneração durante contrato MAELI PRADOGABRIELA GUERREIRO NÁDIA CABRAL DE BRASÍLIA O Senado aprovou ontem projeto de lei que multa as empresas que pagarem às mulheres salários inferiores aos dos homens quando ocupam as mesmas funções. A punição estipulada pelo projeto é de pagamento, à funcionária prejudicada, de cinco vezes a diferença entre as remunerações durante o período de contratação. A proposta foi aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Direitos Humanos e irá direto à sanção da presidente Dilma Rousseff caso não haja um pedido -de menos 10% dos parlamentares- para que o projeto seja analisado pelo plenário. "O projeto reafirma a igualdade entre homens e mulheres. Tenho a convicção de que a presidente vai aprovar", afirmou a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, por meio de sua assessoria. Apesar de o projeto ser visto como um passo importante na luta pela igualdade dos sexos, por estabelecer multa para o que já é previsto na lei, advogados advertem que continuará cabendo à mulher que entrar na Justiça provar que está sendo discriminada. Ou seja, que o fato de ganhar menos que um homem que ocupa a mesma função não está relacionado à diferenças na qualificação, perfeição técnica, produtividade e até empenho, por exemplo. "Esse tipo de análise vai depender do juiz: não é uma causa fácil de ser provada, já que há uma série de elementos que precisam ser ponderados e que podem ser usados pela empresa para justificar a diferença salarial", aponta Tamira Maira Fioravante, advogada especializada do Almeida Advogados. O relator do projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS), defendeu a constitucionalidade da proposta. "A Constituição prevê a igualdade de todos perante a lei, é um dos direitos fundamentais." DESIGUAL Relatório apresentado ontem pelo Banco Mundial na Câmara mostra que, no Brasil, a cada US$ 1 recebido pelos trabalhadores homens, US$ 0,73 é pago às mulheres pela mesma função. "Desde 1980, a presença da mulher no mercado de trabalho aumentou em 22%", afirmou o vice-presidente do departamento de redução da pobreza e gestão econômica da entidade, Otaviano Canuto. "No entanto, elas continuam realizando a maior parte das funções domésticas." Rebecca Tavares, representante da ONU Mulheres para o Brasil e o Cone Sul, classificou em discurso na Câmara a votação de ontem como "mais um avanço"na área. O Ministério do Trabalho não se pronunciou sobre a aprovação do projeto. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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