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Commodities Vale decide investir em energia eólica Energia dos ventos e participação na usina hidrelétrica de Belo Monte vão substituir projetos de térmicas a carvão Custo menor da eólica e opção por matriz 'mais limpa' orientaram a decisão, segundo executiva da empresa PEDRO SOARESDO RIO Diante da redução do custo da energia eólica no país, a Vale vai investir nessa modalidade de geração para fazer frente ao consumo crescente da companhia nos próximos anos, com a entrada em operação de novos projetos da mineradora. O acesso a energia está entre as principais prioridades da companha, que consumiu em 2010 (dado mais recente disponível) o suficiente para abastecer todos os imóveis residenciais da região Nordeste no período de um ano. À Folha a diretora-executiva de RH, Sustentabilidade e Energia da Vale, Vania Somavilla, disse que já existem "estudos firmes e parcerias negociadas" para a instalação de parques eólicos. Os contratos, porém, não foram fechados ainda. O objetivo, diz, é investir numa energia mais limpa, que se tornou competitiva. "Como trabalhamos com a energia como um custo, o preço é, sim, relevante. Ficamos felizes com a evolução da energia eólica." Em leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de agosto, o preço da eólica ficou em R$ 99,58 o MW/h, abaixo do valor apresentado pelas térmicas a gás natural (R$ 103,26). Somente hidrelétricas, hoje, têm custo inferior ao da energia eólica -no leilão de Belo Monte, por exemplo, o MW/h saiu a R$ 78. O preço da eólica caiu graças à expansão dos financiamentos do BNDES em condições atrativas e à entrada de mais fabricantes de equipamentos no país -13 empresas já produzem aerogeradores (aquelas imensas hélices, fincadas em torres). Vania Somavilla afirma que a energia eólica e a entrada da Vale no projeto de Belo Monte vão compensar a energia que seria gerada por térmicas a carvão, abortadas do plano de investimento da mineradora em 2011. A decisão de abandonar tal fonte de energia no Brasil, afirma, foi por "questões ambientais". OUTRAS OPÇÕES "Existem outras opções [menos poluentes] na matriz energética brasileira", afirmou Vania. A empresa, segundo ela, estuda agora apenas construir uma termelétrica a carvão em Moçambique, onde produz o mineral. Será, afirma Vania, um projeto "menor" e em parceria, voltado somente para sustentar a necessidade de energia da própria da mina naquele país. Segundo Vania Somavilla, a meta da Vale é elevar a produção própria de energia da faixa de atual de 40% para 50% do seu consumo no longo prazo. "Não queremos ser 100% autoprodutores. Não somos uma empresa de energia." A entrada no consórcio de Belo Monte no ano passado, diz, pouco muda a autossuficiência de 40% da Vale, pois o consumo da empresa crescerá com os novos projetos de mineração. A usina começará a gerar em 2015. A Vale absorveu uma participação de 9% que era do grupo Bertin, avaliada em R$ 2,3 bilhões. Desse total, R$ 780 milhões foram em aporte direto de recursos e o restante se refere à parcela do empréstimo do BNDES para a construção da usina hidrelétrica assumida pela mineradora. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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