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Aumenta adesão à cobrança na internet

Mais veículos de comunicação norte-americanos usam o 'paywall' (muro de pagamento) poroso para o acesso a sites

Sistema que permite acesso livre para não assinantes a um determinado número de páginas se destaca

NELSON DE SÁ
ARTICULISTA DA FOLHA

O "Los Angeles Times" ergueu nesta semana seu "paywall" (muro de pagamento), sistema de cobrança do acesso ao site do jornal, e evidenciou uma corrida ao novo modelo de negócios na imprensa americana. Dias antes, a rede Gannett divulgou que adotará "paywall" em seus 80 jornais, com a exceção do "USA Today".

Uma das razões para a aceleração da mudança, o "bicho-papão", segundo o analista Ken Doctor, autor de "Newsonomics", é a evidência de que o aumento na publicidade on-line não repõe a queda na propaganda. O "paywall" é visto como alternativa para recuperar parte da receita.

A corrida começou ainda em 2011, quando o "New York Times" passou a divulgar os resultados de seu "paywall", que completa um ano no final deste mês. O jornal manteve a audiência do site, apesar da cobrança, e conquistou até aqui 380 mil assinantes para o novo sistema.

Estão em teste na imprensa mundial, não só nos EUA, três modelos alternativos. Um inteiramente fechado, adotado pelo "Times" de Londres em 2010. Outro inteiramente aberto, mantido pelo londrino "Guardian" e pelo "Washington Post", mas ambos testando caminhos para rentabilizar o acesso livre -por exemplo, licenciando conteúdo para desenvolvedores, com divisão de eventuais lucros com publicidade.

Mas é o terceiro modelo, chamado de "poroso", que vem ganhando adeptos, como agora com "LAT" e Gannett e antes, no fim do ano passado, com "Chicago Sun-Times" e "Star Tribune". Sua característica principal é permitir o acesso livre, para não assinantes, até um determinado número de páginas por mês. Nos casos de "NYT" e "Sun-Times", os internautas podem acessar 20 páginas. No "LAT", 15.

A empresa Press+, que cria sistemas de acesso pago para jornais, divulgou ontem que todos os seus 285 clientes optaram pelo "poroso". Mas ainda é cedo para proclamar o modelo "vencedor", diz Rosental Calmon Alves, do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

A experiência do "NYT", avalia, "é um sucesso". Mas trata-se de um título hoje global, afirma Ken Doctor, e os resultados da estratégia para os jornais regionais dos EUA ainda não permitem uma conclusão.

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