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Análise / Agronegócio Inovações tecnológicas mudam o negócio do café no mundo O MERCADO MUNDIAL DE CAFÉ DEVE CRESCER 2% AO ANO. EQUIVALE A ALGO COMO 3 MILHÕES A 4 MILHÕES DE SACAS A MAIS POR ANO MARCOS FAVA NEVESESPECIAL PARA A FOLHA A cadeia do café contribuiu em 2011 com quase US$ 9 bilhões em exportações, praticamente 10% do total exportado pelo agronegócio, trazendo e distribuindo renda em milhares de pequenas propriedades e em municípios. Em dez anos, pulou da exportação anual de 18 milhões para 35 milhões de sacas. Com aproximadamente 50 milhões de sacas (2011/12), o Brasil produz competitivamente, graças à extensão, à pesquisa e à tecnologia, 40% do café mundial, e tem 30% de participação nas exportações mundiais. O consumo mundial em dez anos pulou de 110 milhões para 135 milhões de sacas anuais. O bom tomador de café sorve 130 xícaras por ano; o chinês, menos de uma. Lá, o consumo cresce 30% ao ano, estimulado principalmente por hábitos dos jovens que estudaram no exterior e pelo aumento de viagens internacionais da população. O consumo na Índia também dobrou na década, e proliferam cafeterias pelo país. Em 20 anos, o forte mercado interno pulou de 9 milhões para 20 milhões de sacas anuais, com produtos mais nobres. O mercado mundial deve crescer 2% ao ano, algo como 3 milhões a 4 milhões de sacas a mais. Concorrentes do Brasil apresentam problemas na capacidade de produção e de expansão, levando a uma sensível redução de estoques. Os preços mudaram de patamares, desde 2004 até os recordes vistos em 2011. Cafeicultores estão saldando dívidas e voltaram a ter capacidade de investimento, renovando a cafeicultura. O sustentável café brasileiro emprega uma infinidade de pessoas e é fortemente punido com a anacrônica legislação trabalhista brasileira. Além dos custos crescentes e os vícios do seguro-desemprego, tem-se uma indústria de indenizações instalada. Para o desenvolvimento do Brasil, surgem até propostas para contratar estrangeiros de maneira temporária, devido à dificuldade de encontrar mão de obra local. É fundamental que os produtores inovem na governança e fortaleçam as cooperativas e as associações, coordenando melhor a oferta (qualidade e preço) com políticas de estoque, evitando oscilações de preço danosas à sustentabilidade econômica da cadeia produtiva, e capturando valor. Melhoria da produtividade via renovação, mecanização e compartilhamento de ativos, controle celular dos custos de produção são imperativos na nova cafeicultura. A parte mais fascinante são as inovações que estão levando o café a ser como o vinho -cada vez mais associado a variedade, origem, forma como foi produzido, local, sabor, complexidade da bebida, tipos de certificação, entre outros aspectos de identidade. Proliferam transações diretas de torrefadores e distribuidores internacionais com os produtores brasileiros, relatando a história e aproximando o tomador de café ao cafeicultor, nos aprazíveis momentos de consumo. Inovações em máquinas de vendas, específicas para o café expresso, que já ocupam as casas, os quartos de hotéis e outros locais. Com design arrojado, passam a fazer parte da decoração dos ambientes. O café entendeu que tem uma grande história para contar. O consumidor quer saber e dá valor para esse conhecimento. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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