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Fundo DI se torna menos atrativo com juro de um dígito

Aplicação com taxa acima de 1,5% rende menos que a poupança; investidor deve procurar alternativas

Cliente também pode negociar com o gerente do banco a migração para um fundo com condições melhores

TONI SCIARRETTA
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Os juros básicos de 9,75% deixaram em situação delicada os fundos DI e de curto prazo que cobram taxa de administração acima de 1,5%.

Esses fundos agora rendem, na melhor das hipóteses, o mesmo ou menos do que a poupança em caso de resgate antes de seis meses, quando incide o Imposto de Renda de 22,5%. A poupança é isenta de impostos e tem ganho mínimo de 6,17% ao ano.

A situação deve piorar em abril se os juros descerem a 9%, como prevêem analistas.

Com a taxa básica nesse patamar, só conseguirão empatar com a poupança, em todos os prazos de aplicação, os fundos DI com taxa de administração de até 1%, normalmente abertos a quem aplica mais de R$ 50 mil.

Quem ainda tem fundo com taxa de administração acima de 1,5% deve negociar com o gerente a adesão a outros fundos e aplicações com custo menor (como CDB e Tesouro Direto). Também pode diversificar com um pouco de renda variável (ações).

Para elevar o rendimento da renda fixa, os gestores estudam colocar mais títulos de empresas privadas nos fundos, assumindo risco maior de calote. Esses fundos podem ter até 50% de papéis privados em sua carteira.

Outra opção é premiar com retorno maior o cotista que abrir mão do resgate diário.

"Os fundos de investimento ficarão menos atraentes do que a poupança. Chegou o momento de o governo discutir como mexer no rendimento da poupança", disse Otto Nogami, do Insper.

"Render mais é um desafio do fundo DI que tem taxa acima de 1,5%. A gente vai precisar colocar algum tipo de risco, como crédito privado. A performance depende da capacidade do gestor de fazer a análise do melhor risco", diz Aquiles Mosca, estrategista do Santander.

"Nesses momentos de queda de juros, costumam surgir opções mirabolantes de renda fixa prometendo retornos altos. Mas é preciso saber que isso significa aumento de exposição ao risco", diz Alexandra Almawi, da Lerosa.

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