Bússola

Qual tipo de ação devo escolher na hora de investir na Bolsa: ON ou PN?

F.B.N., de São Paulo (SP)

RESPOSTA DE RAFAEL PASCHOARELLI, PROFESSOR DE FINANÇAS DA FEA/USP - Existem vantagens e desvantagens nas ONs (ordinárias) e PNs (preferenciais).

Os investidores que têm ações ordinárias possuem direito de voto nas assembleias, mas costumam receber menos dividendos que detentores de preferenciais.

Contudo, a diferença costuma ser pequena e, em alguns casos, recebe-se o mesmo dividendo tanto em uma quanto na outra.

Sendo assim, se tiver dúvidas, verifique se a diferença entre os dividendos pagos é ou não substancial.

Muitas ações ordinárias de empresas presentes na Bolsa possuem baixa liquidez. Eis o motivo: no passado, empresas de capital aberto optavam por emitir muitas PNs e poucas ONs.

No caso extremo, uma empresa podia ter dois terços do total de ações na forma de preferenciais e um terço em ordinárias, de modo que o controlador poderia controlar a empresa com um pouco mais que 16,67% do total das ações.

Por isso, os controladores inundavam o mercado de ações com papéis preferenciais, com grande liquidez, e poucos papéis ordinários circulavam no mercado (baixa liquidez).

Se a liquidez do ordinário for muito baixa, não é muito recomendável comprá-lo.

Eis a grande vantagem da ordinária: um benefício previsto em lei chamado "tag along", que dá ao investidor de ação com direito a voto a possibilidade de vender o papel por um valor próximo ao preço pago pela ação do controlador se a empresa for vendida. Investidores com PNs não têm esse direito garantido por lei.

Isso acontece porque, no mercado, é comum que o comprador de uma empresa ofereça um prêmio sobre o preço das ações aos papéis dos controladores.

Esse instrumento é uma grande vantagem e costuma ser decisivo para quem está na dúvida entre papeis ordinários ou preferencias.