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Commodities

Mantido veto a perfurações da Chevron

Para Agência Nacional do Petróleo, empresa não provou ter identificado causas de vazamento; petroleira não se pronuncia

Magda Chambriard, nova chefe da ANP, disse também que não há garantia de que os riscos foram eliminados

DENISE LUNA
DO RIO

A Chevron não conseguiu provar à ANP (Agência Nacional do Petróleo) que identificou as causas do acidente de novembro, quando houve vazamento de óleo na bacia de Campos. Também não deu garantias de que os erros cometidos não serão repetidos.

Por esse motivo, a autarquia manteve a proibição para que a empresa americana faça novas perfurações no país, segundo informou a nova diretora-geral da ANP, Magda Chambriard.

"Em reunião na semana passada constatamos que nossas opiniões divergem e ainda não estamos convencidos de que as causas estão identificadas, e os riscos, mitigados", disse Chambriard, prevendo que ainda levará dois meses para que as discussões cheguem ao final.

Procurada, a Chevron não havia se pronunciado até o fechamento desta edição.

A executiva não deu detalhes sobre o relatório preparado pela agência, segundo ela para que não haja o risco de anulação do processo, ainda em curso, mas deu a entender que o acidente pode ter ocorrido por erro na operação na bacia de Campos.

"A conclusão é que uma coisa que estava lá havia milhões de anos sem dar problemas não teria problemas se não fosse a mão do homem."

A ANP abriu três processos administrativos nos quais já existem pelo menos dez autuações. Nenhuma multa foi estabelecida até o momento.

O ACIDENTE

O acidente da Chevron ocorreu durante a perfuração de um poço no campo de Frade, na bacia de Campos, onde a americana produz cerca de 50 mil barris diários de petróleo. Segundo Chambriard, a produção não oferece risco e vai continuar.

No acidente foram derramados, segundo a Chevron, 2.400 barris de petróleo no mar, mas, por ter rompido uma estrutura geológica no subsolo, o petróleo continua saindo na forma de gotas há quase quatro meses.

A nova dirigente do órgão regulador do setor de petróleo e gás afirmou que o Brasil quer atrair investimentos, mas não a qualquer custo.

"Isso serve para as outras empresas também. Não é possível que os responsáveis por decisões técnicas estejam fora do Brasil. Precisamos de um ajuste geral da abordagem que essas empresas fazem no Brasil", afirmou.

MUDANÇAS

Há apenas três dias úteis no cargo, Magda avisou que fará mudanças na gestão da autarquia para adaptá-la

ao seu perfil. A primeira mudança será na secretaria-executiva, ocupada por Murilo Mota e responsável pelo planejamento da ANP. As 16 superintendências da autarquia também terão alterações.

Um novo concurso ainda sem data marcada também está na agenda de Magda. O objetivo é contratar 152 profissionais, metade para fiscalização. Ao todo, a ANP tem 1.200 funcionários.

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