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Após novo incidente, Chevron quer parar operações no Brasil

Petroleira pede à ANP para suspender sua produção após vazamento na área do único campo em que opera

Empresa americana relata derramamento de 5 litros de petróleo na bacia de Campos; em novembro, foram 2.400

DENISE LUNA
DO RIO

A empresa petroleira Chevron pediu à ANP (Agência Nacional do Petróleo) para suspender a sua produção no país depois de mais um vazamento de óleo de origem desconhecida ter sido detectado pela empresa.

A descoberta foi feita a três quilômetros do local em que ocorreu, em novembro passado, o vazamento de 2.400 barris do campo de Frade, na bacia de Campos (RJ).

No dia 4 passado, a empresa percebeu a existência de uma mancha de petróleo no mar. Anteontem, após uma varredura nas proximidades dessa mancha, com a ajuda de um robô submarino, foi encontrada uma fissura de 800 metros, a partir da qual saíram cerca de cinco litros de petróleo.

De acordo com a Chevron, todo o óleo já foi recolhido, com dispersão mecânica e barcos de apoio, mas o petróleo continua saindo em forma de bolhas pelas fissuras no subsolo.

Para evitar que as bolhas continuassem a chegar à superfície, a Chevron instalou o mesmo sistema de contenção aplicado no primeiro acidente, que também rompeu a estrutura geológica e até hoje libera gotas de óleo.

A ANP fez ontem nova autuação à empresa por não atender a notificação da agência para apresentar as salvaguardas que evitassem novas liberações de petróleo na área. A agência já havia feito três autuações pelo primeiro acidente.

Segundo a autarquia, a empresa norte-americana precisa dar mais detalhes técnicos para suspender a produção de cerca de 61 mil barris diários de petróleo no campo de Frade, o único operado por ela no Brasil.

VOLTA À PRANCHETA

No mundo, a produção da Chevron é de 2,6 milhões de barris de petróleo. Ela tem também uma participação de 37,5% no campo de Papa-Terra, também na bacia de Campos. A primeira extração no local está prevista para 2013. Esse campo é operado pela Petrobras.

De acordo com Rafael Jaen, diretor de assuntos corporativos da matriz da Chevron, nos EUA, a suspensão temporária da produção é fundamental para que a companhia entenda melhor a geologia do local. Ele afirmou que houve um rebaixamento do terreno onde se encontra a nova fissura, por motivo ainda desconhecido.

"Não há evidência de que isso tenha relação com o primeiro acidente, mas o fato de ter havido um rebaixamento nos levou a pedir para suspender a produção para que analisemos melhor as características geológicas", disse o executivo. Segundo ele, a empresa não estava perfurando no local.

O primeiro acidente da Chevron ocorreu no dia 7 de novembro de 2011, durante perfuração do poço MUP-1, no campo de Frade, que derramou 2.400 barris (381,6 mil litros) de petróleo no mar.

A empresa recebeu duas multas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais), no valor total de R$ 60 milhões, mas recorre na Justiça.

A definição das multas da ANP ainda depende da conclusão de um relatório da autarquia.

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