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Juiz declara ilegal greve na usina de Jirau

Magistrado determina retorno ao trabalho de 15 mil operários que pararam obras da hidrelétrica em Rondônia

Entendimento é que movimento pode causar conflitos; Estado pediu ao governo federal o envio da Força Nacional

FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO

A Justiça do Trabalho declarou ontem ilegal a greve de operários que paralisou nesta semana o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau (RO), no rio Madeira, acatando pedido da construtora Camargo Corrêa. Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho.

O juiz Ilson Alves Pequeno Júnior determinou o retorno imediato dos trabalhadores às atividades. Até o início da noite, porém, os operários ainda não haviam voltado ao trabalho. Hoje, haverá uma assembleia para discutir o assunto, segundo o Sticcero (sindicato dos trabalhadores da construção civil).

Se a decisão não for cumprida, o sindicato ficará sujeito ao pagamento de multa diária de até R$ 200 mil.

Para evitar que se repetissem focos de tensão como os que ocorreram há um ano, a Secretaria de Segurança de Rondônia pediu ao governo federal que envie homens da Força Nacional de Segurança Pública para acompanhar o movimento grevista. Cem policiais militares chegaram anteontem ao local.

FORÇA NACIONAL

A situação ontem estava tranquila, segundo a secretaria estadual e o Sticcero. O Ministério da Justiça, ao qual a Força Nacional está subordinada, informou não ter recebido o pedido do Estado.

Os 15 mil funcionários da Camargo Corrêa decidiram paralisar atividades nesta semana -a maioria teria sido impedida de trabalhar pelos grevistas. Ao todo, são cerca de 20 mil pessoas na obra.

O movimento grevista começou na semana passada, quando 1.500 operários de uma empresa terceirizada -a Enesa- cruzaram os braços por melhores condições de trabalho. Funcionários da Camargo Corrêa também aderiram ao movimento.

Na decisão de ontem, o juiz disse que funcionários da Enesa causaram "insegurança e medo na classe trabalhadora" e afirmou que a manutenção da greve pode repetir "lamentáveis fatos" de 2011.

No ano passado, um quebra-quebra promovido por operários destruiu parte das instalações do local.

Os trabalhadores reivindicam adiantamento da data-base, aumento no valor da cesta básica e diminuição no intervalo da "baixada" (liberação para visita a familiares em outros Estados).

A Camargo Corrêa diz dispor de instalações adequadas e que mantém o diálogo com representantes dos operários. A Enesa não se manifestou.

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