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Publicidade em jornais dos EUA cai 7,3%

Associação de publicações aponta redução de 9,2% nos anúncios impressos, mas aumento de 6,8% nos digitais em 2011

Diminuição no ritmo de crescimento da publicidade digital é visto como o maior problema do setor

NELSON DE SÁ
ARTICULISTA DA FOLHA

A publicidade nos jornais americanos caiu 7,3% em 2011, em relação a 2010, com um faturamento total de US$ 23,9 bilhões.

É menos que a metade do recorde alcançado pelo setor em 2005, antes da crise financeira, quando faturou US$ 49,4 bilhões.

Segundo a associação de jornais dos EUA (Newspaper Association of America), a queda foi de 9,2% na publicidade impressa, que ficou em US$ 20,7 bilhões. O ritmo de queda aumentou (em 2010, foi de 8,2%), mas não voltou ao patamar do auge da crise financeira, quando os jornais americanos chegaram a sofrer retração de 28,6%.

Por outro lado, a publicidade digital cresceu 6,8%, para US$ 3,2 bilhões. Mas o ritmo de crescimento diminuiu (em 2010, foi de 10,9%). Mais significativamente, o crescimento no último trimestre de 2011, em relação ao último trimestre de 2010, foi de apenas 3,1%.

A associação de jornais credita o resultado mais fraco da publicidade digital no final de 2011 à comparação com o fim do ano anterior, considerado robusto.

Para o analista de mídia Jay Rosen, professor de jornalismo da New York University, "de todos os problemas que os jornais têm, e são muitos, está ficando claro que o pior é a publicidade digital".

Vista como geradora "crítica" de receita, a publicidade digital (em sites e aplicativos) está longe de repor os recursos perdidos nas versões impressas nos EUA.

Segundo levantamento do instituto Pew, divulgado há uma semana, para cada US$ 7 perdidos em publicidade impressa, apenas US$ 1 retorna em publicidade digital.

'PAYWALLS'

O quadro é citado pelo analista de mídia Ken Doctor, autor de "Newsonomics", como o motivo para os jornais americanos terem acelerado a adoção de sites com acesso mais restrito a assinantes, o "paywall" (muro de pagamento), que gera fonte alternativa de receita.

Doctor diz que o modelo "poroso" de "paywall", que permite acesso livre até 15 ou 20 páginas, não vem afetando a publicidade digital.

"Conversando com vários publishers, o que mais ouvi é que houve pequena redução na publicidade digital, de 1% a 3%, e depois esse montante e até mais é recuperado se o jornal otimiza inteligentemente seu estoque para publicidade, por exemplo, garantindo mais páginas de áreas fortes em publicidade como turismo e negócios."

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