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Análise / Tablet

Dono do iPad 2, não se sinta obsoleto com o novo, que chega às lojas hoje

UMA TELA MELHOR, UMA BATERIA NOVA E UMA REDE MELHOR. ESSE É O NOVO IPAD

DAVID POGUE
DO “NEW YORK TIMES”

Hoje, o novo iPad chega às lojas dos EUA e de mais nove países (não há previsão de lançamento no Brasil).

A maior novidade do modelo é a tela, que a Apple chama de "Retina". Como a do iPhone 4S, é uma tela muito nítida. É a maior resolução já oferecida por um aparelho móvel: a tela tem 3,1 milhões de pixels, ou 1 milhão de pixels a mais do que um televisor de alta definição.

Em princípio, essa avalanche de pixels significa que fotos, mapas, vídeos e texto deveriam ficar espantosamente bonitos -e, nos aplicativos reformulados para a nova tela, é o que acontece. Os aplicativos da Apple, como Photos, Maps e iBooks, são incrivelmente nítidos e definidos.

Mas os apps que não foram reformulados não apresentam benefícios iguais. Na maior parte deles, o texto ganha definição automaticamente, mas isso não vale para todos. Você pode se decepcionar com as fontes relativamente cruas do app Amazon Kindle, for exemplo. (A Amazon diz que reformulará o aplicativo para a tela Retina.)

Os vídeos em alta definição também parecem espetaculares. Mas os filmes da Netflix não chegam ao iPad em alta definição e, por isso, não parecem melhorados.

Há outro preço a pagar por toda essa nitidez: capacidade de armazenagem. Testes executados pelo site MacWorld.com demonstraram que os recursos gráficos dos apps para telas Retina consomem duas ou três vezes mais espaço de armazenagem no iPad (que não oferece possibilidades de expansão de memória) do que as versões anteriores desses aplicativos.

O pior é que cada app é escrito em versão única e deve servir a todos os modelos de iPad. Assim, os mesmos aplicativos consumirão esse espaço adicional sem benefício, nos iPads mais velhos, e até nos iPhones. Em outras palavras, os usuários de iPhones também gastarão espaço demasiado de armazenagem devido a esse inchaço gráfico.

Outra grande mudança é o acesso 4G LTE. Ou seja, modelos de iPad com conexão de telefonia agora podem usar as redes de telefonia móvel de altíssima velocidade instaladas nas grandes cidades dos EUA -a tecnologia não está disponível no Brasil.

Os apps são baixados rapidamente, as páginas de web são carregadas na hora e não é necessário esperar que vídeos sejam carregados antes de assisti-los. As conexões 4G são notórias porque comem bateria, mas, no meu teste de uso contínuo, o novo tablet funcionou por nove horas.

CÂMERA

Quais as outras novidades? Uma câmera traseira de cinco megapixels que permite fotos muito melhores. É possível gravar vídeos com alta definição e um sistema de estabilização ajuda a controlar gravações em movimento.

Agora o teclado virtual mostra um ícone de microfone e ativá-lo permite converter voz em texto, exatamente como no iPhone 4S. O reconhecimento é rápido e preciso, se você tiver uma boa conexão de internet -a transcrição na verdade é executada por servidores remotos.

Estranhamente, o reconhecimento de voz para texto é a única parte do sistema Siri que o novo iPad herdou do iPhone 4S. Os demais recursos do Siri estão ausentes: a capacidade de programar alarmes, enviar mensagens de texto, verificar a agenda e pesquisar na web por meio de perguntas. A indisponibilidade do Siri parece mais uma decisão de marketing que uma limitação técnica.

O mundo mudou desde que o iPad 2 surgiu. Dezenas de "novos" tablets chegaram. Mas os rivais sobreviventes ainda vendem pouco diante do líder, e isso não deve mudar por enquanto.

O novo iPad não traz algo que não tenhamos visto antes. A Apple simplesmente acrescentou uma tela melhor, uma bateria nova e uma rede melhor ao iPad. Assim, se você já tem um iPad 2, desta vez não precisará se sentir tão obsoleto quanto costumava.

Tradução de PAULO MIGLIACCI.

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