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Análise

Novo acordo incentiva montadoras a 'migrar' produção

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE “VEÍCULOS”

Fabricantes que já preparavam a "migração" de modelos de grande volume do México para o Brasil serão os menos afetados com a revisão do acordo.

Um exemplo é a Ford, que a partir de 2013 vai produzir o New Fiesta na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) para abastecer o mercado brasileiro. O Fusion vai continuar vindo da cidade de Hermosillo.

A Nissan terá problemas neste primeiro momento, pois seus carros de maior volume no mercado brasileiro (March e Versa) são produzidos no Estado mexicano de Aguascalientes. Contudo, quando a fábrica que está sendo construída em Resende (RJ) entrar em operação (2014), o equilíbrio será retomado.

O novo acordo deverá motivar outras montadoras com fábricas nos dois países a percorrer o mesmo caminho. O desafio será aumentar a capacidade produtiva brasileira e adequar as linhas de produção aos novos carros.

Todos terão perdas e ganhos. A Honda, por exemplo, deverá revisar os planos para o recém-lançado CR-V 2013. A marca, que pensava em um aumento de 50% na média de vendas do utilitário, terá de refazer os cálculos de acordo com a sua cota de importações -a divisão ainda não foi definida pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Por outro lado, a empresa japonesa se beneficiará com o provável menor volume de importação do mexicano VW Jetta, concorrente direto do Civic no Brasil.

É cedo para dizer quais serão os efeitos da revisão do acordo para o consumidor. Há a possibilidade, porém, de filas de espera por alguns modelos mexicanos e diminuição de vendas neste ano, causada pelas limitações da produção nacional.

Hoje, há fábricas operando no máximo de sua capacidade. Se houver menor oferta de veículos mexicanos nas lojas, nada garante que os compradores irão encontrar um bom volume de automóveis similares feitos no Brasil.

Muitas unidades estão em processo de expansão, mas as montadoras não contavam com a necessidade de produzir em grande escala modelos cuja fabricação mexicana era suficiente para abastecer o mercado nacional.

Quanto aos novos índices de nacionalização de peças, há tempo para adequações. Os fabricantes sabem que quatro anos é prazo suficiente para regularizar a produção e se preparar para a segunda etapa do novo acordo.

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