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MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br

Remédio sem receita pode ficar fora do balcão em SP

As farmácias do Estado de São Paulo acabam de ser liberadas para levar de volta para fora do balcão seus medicamentos isentos de receita médica, como analgésicos, antitérmicos e antiácidos.

A assembleia legislativa de SP publicou, sexta-feira, lei que permite a exposição para venda dos produtos nos locais de circulação de clientes.

A liberação contraria uma medida publicada para todo o país em 2009 pela Anvisa, que provocou descontentamento no setor, ao exigir que os remédios tivessem de ser solicitados a um vendedor.

"Quando veio essa restrição, a ideia era dar segurança ao consumidor, obrigando-o a pedir informação ao balconista. Mas só acabaram colocando alguém para decidir por ele. Ele acaba sendo induzido na compra", diz Sérgio Barreto, da Abrafarma (associação do varejo).

A situação pode ter favorecido medicamentos de fabricantes que tenham melhor relacionamento com as farmácias. "A mudança valoriza a escolha do consumidor. Ele agora vai pegar o produto que conhece", diz Nelson Mussolini, do Sindusfarma (sindicato da indústria).

Outros efeitos da restrição da Anvisa foram filas nas farmácias e custos com funcionários, segundo Aurélio Saez, da Abimip (da indústria de remédios livres de receita).

"Há menos espaço dentro do balcão. Com menos opções, os preços podem acabar subindo. Também cresceu o tempo de espera para atendimento", diz Barreto.

Sobre o conflito da aplicação da legislação estadual com a medida da Anvisa, Saez diz que, no Rio de Janeiro, onde já há legislação conflitante, as farmácias costumam ganhar na Justiça.

A Anvisa informa que avalia a nova lei paulista.

"Com o medicamento dentro do balcão, o cliente acaba sendo induzido pela opção do balconista"

SÉRGIO MENA BARRETO

presidente da Abrafarma

"O contato do cliente com o produto permite que ele compare os preços. Estimula concorrência"

AURÉLIO SAEZ

diretor de relações institucionais da Abimip

Prescrição Setorial

A publicação da lei paulista, que permite a venda de remédios isentos de prescrição fora do balcão em farmácias, sinaliza que deve aumentar a pressão para a queda da medida da Anvisa, que vai na direção contrária, segundo executivos do setor.

No Rio de Janeiro, já há legislação conflitante com a da agência nacional, e outros Estados podem acabar se inspirando, diz Antonio Curiati (PP), deputado autor do projeto de lei paulista.

"Mesmo antes dessa lei, em São Paulo, as farmácias já vinham conseguindo deixar os medicamentos isentos de prescrição ao alcance do consumidor por meio de liminares", diz Aurélio Villafranca Saez, da Abimip.

A Abrafarma participa atualmente de um grupo de estudo sobre o tema, que inclui a Anvisa, segundo Sérgio Barreto, presidente da entidade.

"Essa é uma discussão que já ocorreu no Chile. Toda a Europa debate isso. A lei paulista chega em um momento em que pode contribuir."

Cinema em obras

O Kinoplex investirá cerca de R$ 43 milhões até junho de 2013 para modernizar salas de cinema no Rio de Janeiro, Amazonas, Goiás e Espírito Santo.

O valor investido nas obras, que incluem a instalação de telas gigantes, varia de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por sala.

"Terminaremos a modernização em dois anos para depois pensarmos em novos contratos e entrar em outras cidades", diz o presidente da companhia, Luiz Severiano Ribeiro Neto.

Até o final deste ano, também serão inauguradas oito salas no Maranhão, construídas por meio de uma joint venture com a UCI.

A companhia tem hoje 217 salas no país.

Um dos principais concorrentes do Kinoplex, o Cinemark tem 460 salas de cinema no país e abrirá outras 60 até o final de 2012.

Casa nova A Sony Brasil acaba de inaugurar um novo centro de distribuição, em Cajamar (SP). Com 30 mil m2, o prédio tem capacidade para armazenar 650 mil produtos. O centro recebeu R$ 10 milhões em investimentos.

Sociedade O escritório Shearman & Sterling terá Mathias von Bernuth como novo sócio da banca de SP. O advogado, especializado em mercado de capitais, atuou por dois anos no escritório de Nova York antes de vir para o Brasil.

Iogurte no palito A Yogoberry, rede de sorvetes de iogurte, passará a fabricar picolé. O produto começa a ser vendido nesta semana nas 29 lojas do Rio. A comercialização nas outras 85 unidades da rede depende da aprovação dos cariocas.

O QUE ESTOU LENDO

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP

"How Economics Shapes Science", de Paula Stephan, é a leitura atual do diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.

"A autora discute de maneira muito bem informada os custos de se fazer pesquisa, de que maneira são cobertos e como as fontes de recursos disponíveis podem afetar a direção que toma a pesquisa científica", afirma Brito Cruz.

Stephan analisa o papel de universidades, empresas e agências de financiamento dos EUA.

O físico relê ainda "The Spy Who Came in from the Cold", de John Le Carré. "Peguei por causa do filme que esteve em cartaz com outra história dele."

DÍVIDA BRASILEIRA

Os brasileiros começaram o ano menos endividados que em 2011, segundo a Fiesp.

Uma pesquisa mostra que 44% dos entrevistados têm menos dívidas hoje do que há um ano. Pessoas entre 25 e 34 anos são as que mais apontam alta de endividamento (20% delas).

O estudo também indica que 32% dos ouvidos estão menos dispostos a se endividar. Entre as despesas que mais pesam no orçamento estão alimentação (66%), impostos (21%) e prestações de compras de bens de consumo (17%). Foram ouvidas mil pessoas em todo o país.

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