Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Depois de tsunami, Toyota tenta voltar à liderança em 2012 Aposta da montadora japonesa é construir uma fábrica de motores para carros compactos na região de Tohoku Além dos desastres no Japão, empresa sofreu enchentes na Tailândia e queda no lucro por conta da alta do iene PAULA LEITEENVIADA ESPECIAL A TÓQUIO O ano de 2011 não foi fácil para a Toyota. A montadora japonesa não só perdeu a liderança nas vendas mundiais de carros como caiu para o terceiro lugar, atrás da norte-americana General Motors e da alemã Volkswagen. A empresa enfrentou três grandes golpes no ano passado. O primeiro foi o terremoto e o tsunami no norte do Japão, que destruiu parte da sua cadeia de fornecedores. Enchentes na Tailândia também afetaram sua produção, que sofreu ainda com a escalada da cotação do iene em relação ao dólar. A moeda japonesa forte aumenta o custo dos veículos produzidos no Japão e exportados para outros países. O resultado foi a queda de 58% no lucro nos nove meses até dezembro de 2011 -os ganhos foram de 162,5 bilhões de ienes, ou R$ 3,59 bilhões. No período, a montadora vendeu quase 5 milhões de carros, 522 mil menos do que no mesmo período de 2010. Um dos maiores desafios da Toyota foi reorganizar sua produção depois do terremoto e do tsunami. As três fábricas da Toyota na região de Tohoku, a mais atingida pelo desastre natural, pararam por duas semanas, apesar de não terem sofrido danos diretamente. Nenhum funcionário da Toyota morreu ou se machucou. O problema foram os fornecedores: cerca de 600 empresas da região que fornecem peças e componentes, incluindo alguns importantes produtores de semicondutores, tiveram danos. Os semicondutores são usados em eletrônicos, como os computadores de bordo dos veículos -hoje, praticamente nenhum carro japonês sai da fábrica sem dezenas desses componentes. Em pouco mais de um mês, a Toyota enviou funcionários aos 250 fornecedores mais importantes para obter informações sobre os problemas. A produção nas fábricas da Toyota foi retomada após duas semanas, inicialmente com apenas 30% a 50% da capacidade e depois gradualmente voltando ao normal. Por causa do desastre, a empresa estima que deixou de produzir cerca de 370 mil carros no ano passado. Já as enchentes na Tailândia resultaram em 240 mil carros a menos, segundo a Toyota. Uma das apostas da Toyota para se reerguer no Japão é uma fábrica de motores para carros compactos na região de Tohoku. O investimento tem um duplo efeito positivo para a Toyota: a imagem da empresa se beneficia do apoio a uma região com a economia destruída; e a fábrica deve receber benefícios fiscais dos governos locais. A expectativa é que sejam gastos cerca de 2 bilhões de ienes (R$ 44 milhões) e que 100 mil motores sejam fabricados lá ao ano. A empresa, no entanto, diz que está estudando o investimento e não confirma valores nem o modelo a ser fabricado na nova fábrica. MOEDA Com as interrupções de produção causadas por desastres naturais resolvidas, resta o problema da moeda. O iene subiu cerca de 7% em relação ao dólar em 2011. Uma das medidas será aumentar a produção de alguns modelos nos EUA. O utilitário Highlander, por exemplo, não será mais feito no Japão: a Toyota vai investir US$ 400 milhões para ampliar sua fábrica em Indiana para produzir 50 mil unidades por ano a mais do carro nos Estados Unidos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |