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Lupo 'foge' de commodities, opera em plena capacidade e ergue nova fábrica

DE SÃO PAULO

Quem passa por Araraquara (SP), a 155 quilômetros de Americana, desconhece os problemas do setor têxtil.

O município paulista assiste à ampliação do complexo industrial da Lupo, de peças íntimas, meias e acessórios.

Exceção em um cenário de crise generalizada no setor, a empresa opera com 100% de sua capacidade instalada e contratou, só neste ano, cerca de 200 funcionários.

Nos dois primeiros meses do ano, suas vendas cresceram 17% nas lojas da marca e 12% no varejo em geral.

Para atender à demanda, investe R$ 30 milhões na construção de uma nova unidade no complexo de Araraquara. A nova fábrica permitirá à empresa ampliar a sua produção em 20% até 2013. Hoje, são fabricados 120 milhões de peças por ano.

A concorrência chinesa atrapalha, mas Valquírio Cabral Júnior, diretor comercial da Lupo, afirma que a empresa consegue driblar os asiáticos por conta do perfil dos produtos fabricados.

"Optamos por não fazer commodities. Produzimos acessórios de moda, com fios tecnológicos e cores diferenciadas. Não concorremos diretamente com os produtos asiáticos", afirma.

A presença no varejo, com 215 lojas da marca, contribui para melhores margens do que a média do setor.

NEYMAR

A tradição da marca e as investidas em marketing também ajudam. Segundo o executivo, o crescimento das vendas é puxado pelas cuecas, que contam com Neymar como garoto-propaganda e merchandising em novela.

O baixo custo de aquisição da matéria-prima na Ásia fez a empresa se render aos produtos importados. Segundo o executivo, cerca de 30% dos tecidos usados pela Lupo são do exterior -toda a poliamida vem de fora do país.

A origem do problema, diz ele, está na carga tributária. "Antes dos impostos, temos a mesma competitividade do que os asiáticos", afirma.

Segundo ele, uma meia infantil fabricada no Brasil é 15% mais barata do que o mesmo produto chinês colocado no país (com o frete), mas sem contar pagamento de impostos e depreciação.

Depois de contabilizados esses custos e o pagamento de impostos do nacional e do importado, a meia brasileira fica 88% mais cara do que a chinesa, afirma.

(TF)

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