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Chevron fez ação temerária, diz apuração

Segundo Ministério Público Federal, empresa usou pressão excessiva para perfurar poço em novembro de 2011

Investigação responsabiliza os executivos e deu base para Justiça impedir que saíssem do país

DO RIO

O uso de pressão excessiva para perfurar o poço no campo de Frade, em novembro do ano passado, causou o vazamento de 2.400 barris de petróleo no mar.

Dezessete executivos das empresas Chevron e Transocean sabiam dos riscos que a operação poderia causar, mas mesmo assim ela foi adiante.

São conclusões das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no inquérito que investiga as causas do acidente.

Com base nelas, o MPF obteve na Justiça liminar proibindo que os 17 deixassem o país. Segundo o MPF, a "operação temerária que causou o dano ambiental" foi "planejada ou aprovada ou operada por todos os requeridos, cientes de que perfuravam zona mais alta de pressão".

Ao fundamentar o pedido para que a Justiça proibisse os executivos de deixar o país, o MPF diz que seis funcionários das duas empresas, que estavam na plataforma quando houve o acidente,"sabiam estar operando acima da zona de segurança, no limite máximo, ou mesmo acima do que suportariam as paredes do poço".

"Esse bombardeio com certeza afeta os executivos, mas eles têm todo o apoio do pessoal da empresa", disse à Folha Rafael Jaen, diretor de assuntos corporativos da Chevron, ao falar da decisão judicial que proíbe a saída dos executivos do Brasil.

Em nota, a Transocean diz que "vem cooperando com as autoridades, mas continuará defendendo veementemente os seus colaboradores."

ANÁLISE

Hoje a petroleira deverá entregar à ANP (Agência Nacional do Petróleo) resultado da análise da composição do petróleo que vazou na semana passada. O teste vai determinar se o óleo tem a mesma origem do líquido que vazou em novembro de 2011.

Essas análises, os "testes de DNA", são comuns no setor. Foi deste modo que a Petrobras afastou a possibilidade de que o óleo derramado no campo de Frade tivesse origem na área que opera.

A Chevron, que teve o pedido de suspensão das atividades aceito pela ANP, instalou um sistema de contenção de óleo para absorver as intermitentes gotas de óleo e divulgou as imagens dos equipamentos que usa na ação.

Segundo Rafael Jaen, a mancha está com dois litros agora. "É muito leve e estamos usando dispersão mecânica", disse o executivo.

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