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Nos EUA, smartphones e tablets aumentam 'apetite' por notícias

Estudo levanta que 27% dos americanos já acessam informações por dispositivos móveis

Segundo o relatório 'O Estado da Mídia', empresas de tecnologia detêm 68% da receita publicitária digital

NELSON DE SÁ
ARTICULISTA DA FOLHA

O relatório "O Estado da Mídia Noticiosa" nos EUA, do instituto Pew, destaca que em 2011 a popularização dos dispositivos móveis (smartphones e tablets) ampliou o consumo de notícias. Por outro lado, cresceu a participação das empresas de tecnologia na receita publicitária.

Segundo o estudo divulgado ontem, 27% dos americanos passaram a acessar notícias por dispositivos móveis -sem abandonar os computadores de mesa e outros. Na avaliação do Pew, como o novo acesso em geral vai diretamente aos sites e aplicativos, recorrendo menos a buscas, o movimento ainda "fortalece a ligação com marcas tradicionais de jornalismo".

Mas, em 2011, segundo a empresa de pesquisas eMarketer, destacada no estudo, 68% da receita publicitária digital ficou nas mãos de Microsoft, Google, Facebook, AOL e Yahoo, empresas de tecnologia, não conteúdo.

Para Emily Bell, diretora do centro para jornalismo digital da Universidade Columbia, o estudo evidencia que empresas como Facebook se tornaram "frenemies", amigas/inimigas dos produtores de jornalismo, "enviando tráfego ao mesmo tempo em que comem a publicidade".

Para Tom Rosenstiel, diretor do Projeto para a Excelência em Jornalismo do Pew, que realizou o estudo, "as notícias estão se tornando uma parte mais importante da vida das pessoas, mas não está claro quem se beneficiará desse apetite crescente".

OPORTUNIDADE

O Pew alerta para a necessidade de as empresas tradicionais de mídia aproveitarem, com estratégias de inovação tecnológica e publicitária, a "grande oportunidade" trazida pela "nova era" dos dispositivos móveis.

Mas sublinha que "os intermediários de tecnologia controlam o futuro do jornalismo" e pergunta se a tendência recente de entrarem também na produção de conteúdo não levará à aquisição de marcas tradicionais de mídia. Menciona as parcerias entre YouTube (Google) e agência Reuters e entre Facebook e "Washington Post", além da compra do site Huffington Post pela AOL.

O relatório alerta, em especial, para o risco embutido no "declínio dos jornais", que concentram hoje a cobertura de questões públicas e de governo nos EUA, com a função de "cães de guarda". Afirma que, "se suas operações continuarem a se contrair ou a desaparecer, não está claro onde -e se- essas informações serão produzidas".

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