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'The New York Times' decide reduzir limite de acesso grátis ao site

Não pagantes só poderão ver dez páginas por mês; jornal alcança 454 mil assinantes digitais

NELSON DE SÁ
ARTICULISTA DA FOLHA

O "New York Times" reduzirá em abril o limite de acesso gratuito ao site do jornal, para não assinantes, a dez páginas por mês. Há um ano, ao lançar seu programa de assinaturas digitais, havia limitado o acesso a 20 páginas.

Com a medida, o "NYT" informou que, em um ano, já alcançou 454 mil assinaturas digitais -sendo pouco mais de 10 mil de seu título no exterior, "International Herald Tribune".

O modelo do jornal para cobrança de acesso on-line, chamado de "poroso" por manter algum acesso gratuito, é considerado bem-sucedido e criou nova fonte de receita para enfrentar a redução na circulação e na publicidade impressas.

Outra característica do modelo "poroso", a permissão de acesso grátis via redes sociais como Facebook e Twitter e ferramentas de busca como Google, segue inalterada.

O "NYT" justificou a restrição do acesso dizendo que o limite de dez artigos, "mais o acesso gratuito à home page, atinge equilíbrio melhor entre visitação e assinaturas".

Por outro lado, diz o comunicado, "a mudança nos dá a oportunidade de convencer outro segmento de nossa audiência de que vale a pena pagar pelo que o 'NYT' oferece". No último ano, a estratégia de assinaturas digitais focou os leitores considerados fiéis.

O publisher do "NYT", Arthur Sulzberger Jr., divulgou ontem, como declaração: "Nosso compromisso com todos os nossos assinantes, de impresso e digital, é que vamos continuar a investir e a evoluir o nosso jornalismo e os nossos produtos. E vamos permanecer como uma fonte de informação confiável e de opinião de alta qualidade por muitos anos".

A restrição do acesso foi vista pelo analista do site "All Things Digital", do concorrente "Wall Street Journal", como forma de ampliar a receita "porque o resto de seus negócios continua a se enfraquecer". O "NYT", questiona Peter Kafka, teria sido forçado à decisão.

INDEPENDÊNCIA

O êxito no estabelecimento de uma nova fonte de receita, com as assinaturas digitais, tornou o "NYT" um modelo para os jornais americanos, que vêm adotando o mesmo formato "poroso".

Na semana passada, a editora-executiva, Jill Abramson, comemorou que os números mostram que o "NYT" não está sob risco de se tornar "100% dependente de publicidade", lembrando que "o que sustentou o jornal no último século foi ter dois fluxos de receita, publicidade e circulação".

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