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Commodities

Pontos irregulares de venda de botijão superam os legais em SP

Estado tem 10 mil estabelecimentos informais e que representam risco ao consumidor, diz ANP

Agência lança projeto de conscientização; locais trazem risco de explosão, e produto pode vir danificado

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

O Estado de São Paulo abriga cerca de 10 mil pontos irregulares de revenda de botijão de gás, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Esse número, de acordo com o órgão, é maior que o de pontos legais de venda: 9.000.

Nos pontos informais, os botijões são armazenados de forma inadequada e não possuem mecanismos de ventilação, gerando risco de explosões. E o consumidor pode receber um produto danificado e sem garantia de troca.

O levantamento é resultado de um programa de incentivo à regularização das revendas pelo país, iniciado há um ano e meio. Nesse período, após denúncias e levantamentos, a ANP mapeou 45 mil pontos irregulares de venda de gás no Brasil, o mesmo número dos legalizados.

O dado foi divulgado ontem, em Campinas, onde a ANP lançou um projeto para conscientizar o consumidor.

Na região metropolitana da cidade (93 km de SP), 311 das 531 revendas formais se cadastraram para usar adesivos, placas e crachás indicando que são regularizadas.

Outras revendas da região têm prazo de duas semanas para se cadastrar.

Em alguns Estados, como Santa Catarina, a ANP firmou convênios com o Corpo de Bombeiros para ampliar a fiscalização.

"Há dois anos, tínhamos 800 empresas regularizadas. Hoje, são mais de 2.000. Praticamente eliminamos os pontos de clandestinidade", disse o coronel Carlos Menestrina, do Corpo de Bombeiros catarinense.

O Estado de São Paulo não assinou a parceria. No país, 33 milhões de botijões, em média, são entregues por mês, disse o Sindigás (sindicato dos distribuidores), que participou do evento.

Para o presidente da entidade, Sérgio Bandeira de Mello, parte da população ainda tem hábito de comprar gás em pontos irregulares.

"Há 20 anos o consumidor compra gás no 'açougue do Zé' e acha que não tem problema. Mas ele corre riscos e fomenta outros crimes."

De acordo com o delegado da Polícia Civil Tadeu Brito de Almeida, os locais irregulares escondem, muitas vezes, o tráfico.

"O crime organizado aproveita pequenos comércios irregulares para traficar. Já vi casos em que o entregador de gás desses lugares também leva a droga."

COMBUSTÍVEIS

A Polícia Federal deflagrou ontem uma operação em três Estados contra um grupo suspeito de adulteração de combustíveis e de estelionato.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 11 cidades do Paraná, quatro de Santa Catarina e em duas de São Paulo.

A investigação foi feita em conjunto com o Ministério Público do Paraná e tinha como alvo donos de postos de combustíveis.

Ninguém foi preso.

Colaborou FELIPE BÄCHTOLD, de Porto Alegre

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