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Previdência mal escolhida reduz ganhos Maioria dos investidores de planos privados só se interessa pela aplicação quando está perto da aposentadoria Buscar perfil de fundo mais adequado a cada etapa da vida e procurar taxas menores ajudam a engordar o benefício CAROLINA MATOSDE SÃO PAULO Aos 61 anos e consultor independente desde 2007, Marco Antonio Rezende, engenheiro, tem planos de continuar no mercado por mais quatro ou cinco anos. Depois disso, a intenção é viver dos rendimentos do que possui aplicado em previdência privada -cerca de metade do patrimônio-, imóveis (15% do valor total), Bolsa (30%) e fundos variados. Mas com um detalhe: sem mexer no capital investido. "Principalmente o valor da previdência quero deixar intacto para minha esposa e os dois filhos", diz. Para alcançar a meta financeira desejada na previdência, Rezende tomou uma medida deixada de lado pela maioria: atualizou o plano ao longo dos anos "conforme surgiram oportunidades". O engenheiro, por exemplo, migrou o plano de uma seguradora para outra, que ofereceu vantagens, e mudou algumas vezes o perfil da aplicação -assumindo mais ou menos exposição a ações. Outros aspectos que fazem a diferença na quantia final acumulada na previdência privada são as taxas cobradas pelas seguradoras, os valores estipulados para as contribuições -que devem aumentar com a renda pessoal- e o tipo de tributação escolhido (ver quadro ao lado). "Em geral, as pessoas contratam o plano e não costumam acompanhá-lo com a mesma proximidade de outras aplicações financeiras", diz Renato Russo, vice-presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). "Esse acompanhamento pode evitar frustrações no resgate do benefício." Na avaliação de Russo, atualizar o valor das aplicações e ficar de olho nas taxas de administração mais vantajosas são o mais importante. Simulação feita pela Sul-América (detalhes em www.previdenciasemblablabla.com.br, site elaborado pela seguradora) mostra o impacto das taxas sobre a quantia a ser resgatada. Em um plano de 25 anos com taxa de administração de 3,5% ao ano (valor mais comum no passado, quando a concorrência nesse mercado era menor) e taxa de carregamento de 2,8% (paga na aplicação e/ou no resgate), cerca de 60% da reserva acumulada vai ser utilizada só para pagar os encargos. O cálculo considera uma rentabilidade real (descontada a inflação) de 6% ao ano. "No longo prazo, qualquer redução, principalmente na taxa de administração [que incide sobre todo o dinheiro poupado, inclusive a rentabilidade], faz diferença", diz Carolina de Molla, diretora de seguros de pessoas e previdência da SulAmérica. Hoje, em geral, as taxas de administração ficam em 2,5% ao ano, podendo cair para 0,8% ao ano, dependendo do tipo, do tempo e dos valores do plano contratado. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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