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Montadora terá prazo para 'nacionalizar-se'

Incentivo escalonado, com desconto de IPI, será válido para empresas que ainda não se instalaram no Brasil

Esse é um projeto diferente do regime automotivo que valerá para as montadoras que já estão instaladas aqui

Lucas Lacaz Ruiz - 04.jul.07/Folhapress
Linha de montagem da Volks em Taubaté (SP); governo pretende adotar incentivo escalonado para novas empresas
Linha de montagem da Volks em Taubaté (SP); governo pretende adotar incentivo escalonado para novas empresas

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI

As montadoras que quiserem se instalar no Brasil receberão do governo um incentivo escalonado, chamado de "phase in", no jargão econômico.

Funciona assim: a montadora que conseguir, no primeiro ano, um conteúdo regional inferior ao mínimo de 65%, que é o padrão atualmente exigido, receberá um desconto de x% no IPI (o número não está definido).

No ano seguinte, se o conteúdo regional subir, sobe também o desconto. E assim sucessivamente.

Esse projeto é independente do regime automotivo geral, válido para montadoras já instaladas, e que substituirá o modelo atual, que se esgota no fim do ano.

Por decisão tomada em 2011, houve acréscimo de 30% no IPI para quem não cumpre o percentual mínimo de nacionalização do veículo.

A partir do novo sistema para o setor, haverá uma tabela de pontuação que será a base para conceder o desconto do IPI, conforme a Folha já informou.

O critério principal para ganhar pontos será, obviamente, o conteúdo regional.

Explica-se o "regional", em vez de conteúdo nacional: os veículos produzidos no Mercosul (na prática, na Argentina) são regidos pelas mesmas regras, o que é obrigatório pelas normas do bloco regional.

PESQUISA

Mas outro conceito fundamental para ganhar pontos é investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Quanto mais tecnologia o veículo incorporar, mais pontos a empresa acumula.

O carro elétrico, por exemplo, ganhará pontos, ainda que o governo ache que o mercado para eles é pouco mais que irrelevante.

Haverá pontos também para os chamados "veículos verdes", os que menos poluem.

O objetivo comum aos dois programas é estimular a vinda de investimentos externos para o setor, ao mesmo tempo em que protegem a indústria local.

As montadoras instaladas no Brasil alarmaram-se com o aumento das importações, especialmente as de carros de luxo. Há cálculos de que 30 mil BMWs foram importados em apenas um mês.

Para evitar que as importações disparassem ainda mais é que o governo imaginou o regime de nacionalização gradual, pelo qual uma empresa pode instalar-se no Brasil já, sem precisar cumprir de saída a regra dos 65% de conteúdo regional.

Uma vez instaladas, no entanto, precisam, como as já presentes no país, ter um horizonte claro.

Como o regime atual, com os 30% de acréscimo no IPI, vence no fim do ano, para 2013 em diante a regra será o que o ministro Fernando Pimentel chama de "tablita", a pontuação que gera desconto no imposto.

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