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Commodities

EUA preveem área menor para soja e favorecem Brasil

Indicação americana beneficia produtores brasileiros com alta dos preços

Órgão do governo americano estima também maior área de milho a ser plantada no país desde 1937

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

Os novos números de plantio da safra 2012/13 do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), divulgados ontem, indicaram crescimento da área de milho e redução do plantio de soja, favorecendo produtores brasileiros.

Os dados apontam para a intenção de plantio da maior área de milho desde 1937 e a menor de soja desde 2007.

A reação do mercado foi imediata. A soja subiu 3,5% ontem em Chicago, para US$ 14,03 por bushel (27,2 quilos). A alta se deve não só à redução de área, mas também à quebra de pelo menos 14 milhões de toneladas nesta safra na América do Sul.

Os brasileiros foram favorecidos porque a estimativa anterior de manutenção do plantio de soja em 30,4 milhões de hectares já era motivo de alta para a oleaginosa. As informações de ontem do órgão norte-americano trouxeram a área para 29,9 milhões de hectares e deram novo impulso aos preços.

Ou seja, quem vendeu no mês passado a soja que ainda está sendo colhida obteve bons preços devido à estimativa de que a área ficaria estável. Quem vai vender a partir de agora poderá ter rendimento ainda maior, devido à estimativa feita pelo Usda.

Em fevereiro, 57% da soja brasileira a ser colhida nesta safra 2011/12 já estava comercializada. Os dados do fim de março indicam que esse percentual já atingiu 72%, segundo Daniele Siqueira, da AgRural. Pelo menos 19 milhões de toneladas ainda estão para ser negociadas, se considerada a safra próxima de 67 milhões.

Esses preços elevados não favorecem apenas as vendas desta safra, mas também as da de 2012/13, que será semeada no segundo semestre.

Desde fevereiro, os produtores de Goiás, Mato Grosso e até do Paraná têm feito negócios com a produção de 2012/13. Ou seja: os produtores também estão aproveitando a alta dos preços para vender antecipadamente.

MILHO

A área de milho sobe para 38,8 milhões de hectares neste ano nos EUA, 1,6 milhão a mais do que em 2011. Apesar dessa elevação, os preços também tiveram aceleração em Chicago, atingindo US$ 6,44 por bushel (25,4 quilos) no primeiro contrato.

Siqueira diz que a divulgação de estoques ainda menores do que se estimava e os números crescentes de consumo justificam o aumento nos preços.

Os EUA nunca consumiram tanto milho no trimestre dezembro-fevereiro como neste último. O volume, que inclui as exportações, somou 92,3 milhões de toneladas.

A divulgação de área de milho superior à que o próprio Usda tinha previsto em fevereiro se deve às boas condições do clima para o plantio, segundo Siqueira.

A temperatura quente, acima da média, apressa o plantio, mas não livra as lavouras de possíveis geadas. Os números finais desse plantio só serão conhecidos no fim de junho. Até lá, muitas estimativas serão feitas e o mercado passará por muitas oscilações devido a essas previsões.

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