Índice geral Mercado
Mercado
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Governo quer rever assinatura básica de teles

Assunto fará parte das negociações de renovação das concessões, previstas para 2015, mas que serão adiantadas

Ideia é forçar as operadoras de telefonia a oferecerem serviços de qualidade também para as classes baixas

Alan Marques/Folhapress
O Ministro da comunicações, Paulo Bernardo, que discutirá metas de qualidade das teles
O Ministro da comunicações, Paulo Bernardo, que discutirá metas de qualidade das teles

JULIO WIZIACK
MARIA PAULA AUTRAN
DE SÃO PAULO

O governo decidiu antecipar a discussão sobre a renovação dos contratos de concessão das operadoras de telefonia fixa, prevista para ocorrer em 2015.

Motivo: "arrumar a casa" e forçar as operadoras a cumprirem metas consideradas "mandatórias" para "melhorar a oferta e a qualidade dos serviços".

O governo quer que o serviço seja prestado não só para as classes AB, como também para as classes CDE.

O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) chegou a afirmar que as teles "optaram por oferecer serviço caro para poucos" e que o governo "vai empurrar o setor".

Para o governo, chegou a hora. As discussões já estão em curso. Telefônica, Oi e Embratel contrataram consultorias especializadas para analisar os diversos cenários que estão na mesa de negociação.

A assinatura dos contratos pressupõe que as teles e o governo estejam de acordo em todos os pontos. Neste momento, só existe confronto.

Oficialmente, as teles não falam do assunto. Mas a Folha apurou que um dos pontos controversos é o plano do governo de criar metas para a competição.

Por ele, será decidido, por exemplo, quais empresas têm "poder de mercado", um conceito que definirá a capacidade das concessionárias em interferir no mercado, atrapalhando a livre concorrência.

Quem tiver "poder de mercado" será obrigado a investir mais no aumento de capacidade de sua rede e a alugar parte dessa infraestrutura a terceiros, uma forma de estimular a competição especialmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros.

ASSINATURA BÁSICA

Para isso, será criada, inclusive, uma entidade que vai "arbitrar" casos de conflito nas relações entre as teles.

O preço será referenciado. Também haverá metas de qualidade, outro ponto polêmico no setor.

Além disso, o governo quer acabar com a assinatura básica do serviço de telefonia fixa e estuda até por fim às taxas de interconexão entre as redes fixas, cobrada toda vez que o assinante de uma companhia liga para outro número da concorrente.

Nos bastidores, as concessionárias dizem que irão à Justiça caso esses planos sejam levados adiante, colocando-os como um impeditivo à renovação dos contratos, que acontece a cada dez anos.

No ministério e na Anatel, o ritmo é de pressa, mas as teles dizem que não vão negociar "com a faca no pescoço" e que as propostas são de intervenção estatal, tese que já está sendo sustentada com base em pareceres dos principais juristas do país contratados para por limites aos planos do governo.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.