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Juros baixos e Bolsa em alta impulsionam multimercado

Fundos com aplicação em renda fixa e ações captaram R$ 11 bi neste ano

Opção oferece maior possibilidade de ganho, mas também tem mais exposição ao risco, alertam especialistas

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Diante da perspectiva de mais cortes do juro básico da economia, que prejudica aplicações de menor risco, em renda fixa, investidores buscam alternativas.

A taxa Selic, que serve de referência para aplicações em renda fixa, está em 9,75% ao ano e pode cair para 9%.

Entre as alternativas para os investidores estão os chamados fundos multimercados, que mesclam a aplicação em ações, moedas e derivativos (contratos que derivam de outros papéis, a exemplo das opções de compra e venda), além da renda fixa.

No 1º trimestre do ano, esses fundos tiveram captação líquida de mais de R$ 11 bilhões, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O volume ainda é menor que o captado, no mesmo período, pelos fundos DI e de renda fixa, mais conservadores.

Mas considerando os primeiros três meses de anos anteriores, em que os multimercados tiveram resgate líquido -os saques superaram as aplicações-, o desempenho atual indica um maior interesse do público por esse tipo de investimento.

"É natural que, diante das taxas de juros em queda, os aplicadores busquem opções mais rentáveis", diz Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos.

Já Mauro Calil, educador financeiro, acredita que a maior captação dos fundos multimercados hoje esteja mais atrelada à alta recente da Bolsa do que ao cenário de queda de juros.

BOLSA EM ALTA

No 1º trimestre de 2012, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, acumulou alta de 13,7%, enquanto os fundos DI renderam apenas 2,5% e os de renda fixa, 2,7%.

"As pessoas ficam empolgadas com a alta da Bolsa, mas têm medo de aplicar em ações. E comparando o desempenho dos multimercados, que têm ações, com o de fundos de renda fixa, acham que vale a pena migrar", afirma o educador financeiro.

"Os investidores associam a percepção de risco mais à Bolsa do que aos fundos multimercados", acrescenta.

E é justamente aí que mora o perigo, destaca Almawi, da Lerosa Investimentos.

Para evitar surpresas desagradáveis, é preciso ter consciência de que os fundos multimercados podem, sim, representar maior risco.

"Esses investimentos têm muita coisa no mesmo pacote", alerta a economista.

"É necessário se informar muito bem sobre o perfil de papéis e o grau de exposição ao risco antes de optar por um fundo assim", completa.

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