Compra do Instagram lembra lições aprendidas com o ICQ

Yuriko Nakao - 29.mar.12/Efe

Mark Zuckerberg, fundador da rede social Facebook

No final dos anos 90, uma pequena companhia israelense chamada Mirabilis conquistou milhões de usuários com seu serviço de mensagens instantâneas, o ICQ.Era a referência desse mercado.

A Mirabilis investiu somas consideráveis para manter servidores funcionando sem problemas, e assim continuar conquistando usuários. Em 1998, a AOL adquiriu a Mirabilis por US$ 400 milhões.

Nesta semana, o Instagram, um serviço de fotos online otimizado para aparelhos móveis, foi vendido para o Facebook por "aproximadamente US$ 1 bilhão, em uma combinação de dinheiro e ações do Facebook".

Quando você lê uma descrição vaga como essa, pode presumir que grande proporção da compra será paga com ações, não dinheiro. Mesmo assim, o acordo é importante para o Vale do Silício e o setor de tecnologia em geral.

O Facebook sabia que, pela primeira vez, tinha um possível competidor capaz de derrotá-lo e destruir suas perspectivas. O Facebook é essencialmente um site para fotos e o Instagram atacava seu calcanhar de Aquiles.

Essa transação traz à mente lições aprendidas na era do ICQ. Naqueles anos, a AOL também estava disparando em valor, com alta acelerada em seu fluxo de caixa, e via o ICQ como essencial para sua carteira de serviços. Pagou pela empresa uma quantia então vista como espantosa. Em 2000, a AOL "comprou" a Time Warner, em momento imediatamente anterior ao estouro da bolha da internet. É tentador crer hoje que a aquisição do Instagram pelo Facebook sinalize o final da atual bolha da tecnologia.

As circunstâncias sugerem que a bolha atual, se estamos mesmo vivendo uma bolha, tem espaço para crescer.

A principal razão é a Lei Jobs, recentemente aprovada nos EUA, que tem a função ostensiva de incentivar o espírito empreendedor norte-americano, mas na verdade tem probabilidade igualmente elevada de incentivar fraudes empresariais.