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Migração de dívida exige pesquisa, dizem analistas

MARIANNA ARAGÃO
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

A redução dos juros dos bancos públicos em produtos como cheque especial e cartão de crédito precisa ser avaliada com cuidado por quem quer migrar dívidas em busca de custo menor.

Conforme os critérios que determinam qual taxa será destinada ao novo cliente, a mudança pode ser muito ou pouco vantajosa, ou até prejudicial, alertam especialistas ouvidos pela Folha.

Na Caixa, por exemplo, com a redução de juros, terão direito à taxa de 3,5% ao mês no cheque especial clientes que receberem o salário pelo banco. Para os que não usarem esse serviço, a taxa pode chegar a 4,27% ao mês.

O mesmo ocorre com a nova taxa de crédito rotativo do cartão do Banco do Brasil. A cobrança de 3% ao mês vale somente para os que recebem o salário pela instituição. Para os demais, permanece a antiga, de 3,96% ao mês.

"É preciso verificar qual é o juro cobrado na dívida no banco atual, e o consumidor também tem de ver se cumpre os pré-requisitos para uma taxa menor em uma nova instituição", afirma Mauro Calil, educador financeiro.

O consultor diz que, se for vantajoso, a pessoa poderá pedir ao empregador que mude o depósito do salário para um banco público. "É um direito do empregado. Mas, antes de mais nada, é preciso avaliar se vale a mudança."

"Dependendo da situação, é mais indicado que a pessoa venda um bem para quitar o débito do que mudar a dívida de banco, mesmo que por um juro menor", afirma.

VÁRIOS PRODUTOS

Os especialistas fazem ainda outro alerta. "É comum o banco oferecer melhores condições ao cliente que usa vários produtos, como consórcio ou poupança", diz Miguel Ribeiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). "É preciso analisar os custos em conjunto."

Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro, afirma que o custo mensal com tarifas bancárias tende a subir para quem abrir uma conta-corrente em um banco público sem fechar as que já têm nos privados.

Na Caixa e no Banco do Brasil, as novas regras para os juros estão em vigor para novos contratos.

Para os clientes que já tenham produtos afetados pelas mudanças, no entanto, a redução de taxas não é automática. É necessário solicitar a alteração ao gerente.

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