PF apura denúncia de desvio de dinheiro no Jockey do Rio

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar denúncia de que milhões de reais em apostas não teriam sido contabilizados pelo Jockey Club Brasileiro e pela empresa Codere do Brasil Entretenimento, no Rio.

A empresa administra a modalidade simulcasting (transmissão de corridas de cavalo nacionais e internacionais) para a entidade.

Segundo a PF, há suspeitas de sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Ontem, policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão na loja Turff Bet & Sports Bar, da Codere, no Jockey do Rio.

A denúncia feita ao Ministério Público Federal diz que "expressiva quantidade de notas fiscais com valores de milhões de reais eram emitidas pela Codere e aceitas pelo Jockey sem justificativa plausível".

OUTRO LADO

Segundo o advogado da Codere, Paulo Freitas, a empresa não foi intimada.

"Totalmente desnecessária, essa medida. Vou fazer uma petição ao juiz para destacar que a empresa fornece qualquer informação que se queira a respeito da relação contratual existente com o Jockey", afirmou o advogado.

A Codere tem lojas na sede do Jockey Club, no Rio. A sede fica em São Paulo e não teve busca policial.

A administração do Jockey afirmou em nota que "não cometeu nenhuma irregularidade" e que o contrato com a Codere foi assinado em 2005, na gestão anterior.

O Jockey afirma que só recebeu pela participação de 3% no movimento de apostas no simulcasting internacional. O valor não foi revelado.

A atual diretoria do Jockey atribui as acusações a motivações políticas de um grupo de sócios opositores que estaria tentando influenciar as eleições, em 31 de maio.

O atual diretor do Jockey, Luis Eduardo Carvalho, e o diretor-geral da Codere, André Gelfi, devem ser intimados a prestar depoimento à Polícia Federal.