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Análise Setor Financeiro

Cliente deve mudar de banco se não conseguir juro menor

Instituições privadas terão de rever política de preços e baixar as taxas para manter participação de mercado

MARCIA DESSEN
COLUNISTA DA FOLHA

NÃO HESITE EM IR PARA OUTRA INSTITUIÇÃO QUE LHE OFEREÇA MELHORES CONDIÇÕES

O governo jogou as cartas na mesa e as taxas de juros das operações de crédito ladeira abaixo. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduziram significativamente as taxas de juros cobradas nas diversas modalidades de crédito.

Com essa medida, os bancos privados serão forçados a rever sua política de preços e baixar suas taxas para manter participação de mercado. Ponto para o consumidor!

Como acontece em todo processo de concorrência, provavelmente assistiremos a uma queda generalizada nos juros dos bancos nos próximos dias (o HSBC anunciou redução ontem à noite).

As taxas divulgadas mantêm, entretanto, uma faixa bastante ampla entre a menor e a maior. Na Caixa Econômica Federal, podemos observar que, no caso do cartão de crédito, por exemplo, as novas taxas podem variar de 2,85% a 9,47% ao mês. Uma diferença superior a três vezes entre a menor e a maior taxa.

Suponha o caso de uma pessoa que tenha gastado mais do que poderia e tenha saldo devedor de R$ 1.000 no cartão de crédito, financiado com juros mensais de 12,86%.

Em seis meses, sem quitar nenhuma parcela, o saldo devedor terá dobrado e será de R$ 2.066,52. Com as novas condições, e assumindo a taxa máxima de 9,47% ao mês, terá saldo devedor ainda muito elevado, no valor de R$ 1.720,96. Uma economia de R$ 345 de juros.

Se ele conseguir a taxa média da faixa divulgada, de 6,16% ao mês, terá em seis meses um saldo devedor de R$ 1.431,40. Uma economia de R$ 635,12 em relação à situação inicial.

Cabe ao consumidor, tomador de crédito, manter um bom relacionamento com a instituição e construir um histórico de bom pagador.

Quanto melhor e mais antigo for seu relacionamento com a instituição, menor tende a ser a taxa de juros de suas operações de crédito.

Quem já tem relacionamento com os bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, já pode pleitear as novas taxas de juros e se beneficiar dessa generosa redução.

Se você não tem conta nas instituições públicas, questione o banco de seu relacionamento sobre possíveis (e prováveis) reduções nos juros das operações de crédito.

Diante de uma negativa, e com um histórico de crédito favorável, não hesite em iniciar um relacionamento comercial com outra instituição financeira que lhe ofereça melhores condições.

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.

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