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Sob pressão, Facebook oferece mais transparência aos usuários

Rede social anunciou ontem que vai fornecer a interessados os dados que armazena deles

Informações que serão abertas pela companhia incluem endereços de IP dos computadores já usados para acesso

KEVIN J. O’BRIEN
DO “NEW YORK TIMES”

Num esforço para responder à preocupação quanto aos dados pessoais que coleta dos usuários, o Facebook anunciou ontem que fornecerá a todos os interessados mais informações sobre o que rastreia e armazena.

Em um post no seu blog sobre privacidade, o Facebook anunciou que recursos expandidos de arquivo seriam introduzidos gradualmente para os seus 845 milhões de usuários ao mês.

As informações irão além daquelas oferecidas no primeiro arquivo divulgado pela empresa, em 2010, criticado como incompleto por ativistas que defendem a privacidade e pelas autoridades regulatórias da Europa.

O arquivo de dois anos atrás dava aos usuários uma cópia de suas fotos, posts, mensagens, listas de amigos e conversas de chat. A nova versão, diz o Facebook, inclui nomes de usuário usados anteriormente, convites a amigos e os endereços de IP dos computadores que os usuários tenham utilizado para acesso. No futuro, novas categorias de dados serão oferecidas, afirmou o Facebook.

As redes sociais on-line oferecem serviços gratuitos e ganham dinheiro basicamente com a publicidade, que pode ser direcionada de modo muito mais efetivo com o uso das informações recolhidas sobre os seus usuários.

O Facebook, que está preparando sua oferta pública inicial de ações, provavelmente para maio, vem tentando dar uma resposta às queixas das autoridades da Europa, onde as leis de privacidade são muito mais severas que nos Estados Unidos.

Em dezembro, a Comissão Irlandesa de Proteção de Dados chegou a um acordo com o Facebook, cujas operações internacionais são geridas de Dublin, para que a companhia passasse a oferecer mais informações aos usuários e melhorasse suas práticas de proteção a dados pessoais.

"Acatamos a recomendação de que os usuários do Facebook deveriam ter mais dados à sua disposição, por meio dessa funcionalidade expandida", afirmou a empresa em comunicado.

QUEIXA

O Facebook aceitou realizar as mudanças pedidas até julho. Na Europa, 40 mil usuários da rede social já solicitaram cópia completa dos próprios dados.

"Recebemos com agrado o fato de que os usuários do Facebook agora tenham mais acesso aos dados acumulados sobre eles, mas a empresa ainda não está cumprindo plenamente a lei", disse Max Schrems, aluno de Direito alemão que apresentou a queixa que resultou no acordo com autoridades da Irlanda.

"Com as mudanças, o Facebook só oferecerá acesso a 39 categorias de dados, enquanto retém informações sobre 84 categorias."

Em 2011, Schrems solicitou seus dados ao Facebook e recebeu arquivos com informações sobre 57 categorias. Os dados revelaram que o Facebook estava retendo dados que ele havia apagado do site e também estava acumulando informações sobre sua localização, com base no endereço IP do computador.

As práticas de coleta de dados do Facebook estão sendo investigadas em Bruxelas.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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