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Análise

Restrição de infraestrutura deve levar a ajuste de empresas

A privatização da gestão, adotada pelo governo, deve reduzir muito o tempo de execução
das obras

ROGERIO REZENDE SÁ FORTES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em dez anos, houve, nos aeroportos administrados pela Infraero, aumento de mais de 100 milhões de passageiros nos voos domésticos. Em 2011, foram 161 milhões, ante 61 milhões registrados em 2003. Nos próximos dois anos, o crescimento para o setor será o mesmo registrado na última década. São previstos 260 milhões de passageiros em 2014.

A melhoria da taxa de ocupação e a maior utilização das aeronaves (13 horas por dia) foram as principais estratégias das companhias aéreas. Tendo de acompanhar esse crescimento, os aeroportos foram ampliados, mas sempre com gargalos, devido ao grande tempo gasto na execução das obras.

Para contornar o mesmo problema vivido na última década, a solução encontrada pelo governo para agilizar as intervenções nos aeroportos foi a privatização da gestão, que deve reduzir muito o tempo de execução das obras.

De acordo com a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), a privatização pode melhorar a gestão e reduzir os custos. No aeroporto internacional de Ezeiza, na Argentina, as tarifas foram reduzidas em 30% e houve estímulo para a implantação de novos voos.

Mas há, também, o exemplo do aeroporto internacional de Quito, no Equador, no qual as tarifas subiram 128% antes de qualquer alteração na infraestrutura.

Em um cenário de aumento de demanda com restrições de infraestrutura, mesmo com o novo modelo de gestão, o comportamento das companhias aéreas em 2012 será o ajuste da capacidade instalada, aumentando o lucro operacional, melhorando a taxa de utilização das aeronaves e a quantidade de pessoas nas operações.

Além das revisões nos processos internos, o mercado permitirá ainda a alta da tarifa média, já que tanto a TAM como a Gol, donas de mais de 80% do mercado doméstico, não preveem aumentar a capacidade neste ano.

A tendência de aumento das tarifas também pode ser explicada pela concorrência. Em 2011, a Gol, por exemplo, reduziu os valores das passagens no início do ano para aumentar a quantidade de ocupação das aeronaves. Essa iniciativa, porém, foi responsável pelo prejuízo no ano.

A atitude das companhias tradicionais permitirá maior oferta de passagens pelas outras empresas, já que, diferentemente das líderes, elas ampliarão as malhas existentes, investindo em aeronaves e em recursos humanos.

ROGERIO REZENDE SÁ FORTES é professor de logística avançada do Ibmec.

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