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MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Após acidente, sobe demanda por seguro ambiental

A demanda por seguro de responsabilidade civil ambiental cresceu no Brasil nos últimos meses e atrai novos entrantes para o segmento.

No primeiro bimestre, o avanço foi de 119% ante igual período de 2011, segundo a CNseg (confederação de seguradoras).

Além da divulgação de grandes acidentes como os da BP e da Chevron, um aumento da atuação de órgãos de fiscalização, como o Ibama, pode ser responsável pela alta na procura, diz Marco Ferreira, da FenSeg (federação).

"A legislação tem evoluído e o processo de licença ambiental está mais vinculado ao seguro". Ferreira cita também a recente política nacional de resíduos sólidos, que ampliou os critérios de exigência sobre impactos.

"Antigamente havia uma cobertura para a poluição dentro da apólice geral. A partir de 2004 criou-se um produto mais específico. Mas a evolução foi lenta", diz o especialista Mauro Leite, da corretora Marsh.

Exigências contratuais de parcerias no exterior e interesse em preencher quesitos de índices de sustentabilidade em Bolsas são outros motivos para a elevação atual.

"O conceito da sustentabilidade é inerente", diz Jorge Vieira, presidente da CNseg.

Indústrias químicas e petroquímicas se destacam.

Uma das poucas seguradoras que atuam diretamente no segmento, a Liberty, começou em meados do ano passado, na venda de apólices específicas para isso no país, segundo Luiz Oliveira, executivo da empresa.

A Allianz está em processo para entrar neste mercado, segundo executivos do setor. A empresa não confirma.

MATERIALISMO LATINO

Os latino-americanos preferem gastar com um novo produto em vez de uma experiência (viajar a um lugar exótico ou ir a um concerto, por exemplo), aponta pesquisa da consultoria Ipsos.

De 1.500 entrevistados, 54% preferem um produto inovador a uma experiência que exija investimento (46%).

O resultado é bem diferente do observado em outros continentes, em que predomina a vontade de ter uma experiência (como na América do Norte, 63%).

VOADOR

Apesar do aumento do número de passageiros aéreos nos últimos anos, a indústria reduziu o volume de extravios de bagagens, segundo a Sita, empresa de TI para transporte aéreo. Em 2011, o número de extravios foi para 25,8 milhões, ou 6,5 milhões de malas a menos que em 2010.

Bagagens em transferência são 53% dos extravios e custam mais de US$ 1,36 milhão para as empresas.

A Sita não especifica o volume de malas violadas. Extravio engloba furto, perda, atraso, dano e outros, segundo a empresa.

Cadeira O executivo da Unilever Marcos Angelini será o novo presidente da Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins). No ano passado, o setor registrou faturamento de aproximadamente R$ 14 bilhões, de acordo com dados da entidade.

Estatização na Argentina dificulta venda de seguros

A estatização da maior petrolífera da Argentina, a YPF, prejudicou a já complicada venda de seguros de comércio internacional no país.

"Já era difícil [conseguir um seguro contra quebra de contrato ou expropriação], agora ficou quase impossível", diz Keith Martin, diretor da Aon Risk Solutions.

Na Argentina, a empresa não vende apólices de longo prazo dessas categorias há três anos.

"O país teve outros casos de quebra de contratos e se recusa a pagar dez sentenças finais de arbitragem internacional. Esse é mais um evento que segue a linha política do governo. Só que mais agudo", afirma Martin.

A Aon publica anualmente um mapa de risco político no mundo. Nele, a Argentina é avaliada como um país de "alto risco".

A empresa considera que o pagamento das dívidas do país e o cumprimento das leis é incerto. Também vê problemas na possibilidade de interrupção da cadeia de suprimentos e na interferência política.

A Argentina só não deve figurar no patamar mais elevado do mapa de risco, ao lado da Venezuela, porque, por enquanto, não há indícios de violência política.

Segundo Martin, a percepção de risco do Brasil não deve aumentar devido às medidas argentinas.

com JOANA CUNHA, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ e MARCELO ALMEIDA

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