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Bradesco, Itaú e Santander cedem e reduzem os juros

Bancos privados focam novas taxas e benefícios para reter atuais clientes

Itaú baixa piso de juro do financiamento de carro para 0,99%, mesma taxa da Caixa, para clientes antigos

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Bem antes do que se esperava, os bancos Bradesco, Itaú e Santander cederam às pressões do governo e anunciaram redução em algumas das taxas de juros de empresas e consumidores.

Recebida como um gesto dos banqueiros para reabertura do diálogo, a reação das instituições privadas ocorre duas semanas após Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal desafiarem a concorrência cortando juros.

Os banqueiros nem esperaram, como normalmente fazem, o Banco Central anunciar, ontem, a redução de 9,75% para 9% dos juros do governo, piso das taxas (leia mais no caderno "Poder").

Diferentemente das instituições públicas, que focaram os benefícios para conquistar novos clientes, Bradesco, Santander e Itaú priorizaram os atuais correntistas com novas taxas e tarifas.

Maior banco privado brasileiro, o Itaú focou o setor de veículos e o crédito com desconto em folha do INSS, segmentos considerados de menor risco de inadimplência.

O Itaú se igualou à Caixa na taxa mínima para financiar carros -0,99% ao mês para clientes antigos (leia mais na página B3).

No Bradesco, houve redução geral nos juros de crédito pessoal e compra de bens, além do financiamento de veículos e do empréstimo com desconto em folha do INSS.

O corte mais agressivo foi na taxa de capital de giro das empresas, de 5,56% para 2,9% ao mês. Ao todo, o banco pôs mais R$ 21 bilhões à disposição dos clientes para crédito.

O Santander, que na véspera anunciara queda nos juros para lojistas, criou nova modalidade de conta-corrente com juros a partir de 4% no cheque especial -o banco tinha taxa média de 10,33% ao mês no cheque até o dia 4.

SEM COORDENAÇÃO

"Não tem nada de movimento [coordenado] de mercado. Reduzimos porque criamos um novo tipo de conta. Queremos dar opção ao cliente", diz Pedro Coutinho, vice-presidente do Santander.

Para o economista Roberto Troster, especialista em bancos, as ações do BB e da Caixa e agora a dos bancos privados terão efeito limitado no aumento da concorrência e na redução efetiva dos juros.

"Caixa e BB já tentaram antes e não conseguiram aumentar a concorrência. Há uma grande dificuldade para mudar de banco."

Para o economista Luiz Calado, a concorrência bancária vai esbarrar na qualidade de atendimento, em que os bancos privados são mais bem avaliados. "Não é só preço que importa", disse.

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