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Banco agora quer facilitar a portabilidade de contas

Ideia é que migração de clientes e de dívidas siga exemplo da telefonia

Mobilidade bancária existe, mas esbarra em entraves burocráticos como registro de imóveis e veículos

SHEILA D’AMORIM
EM SÃO PAULO

Depois do primeiro gesto para redução do custo do crédito no país, os bancos privados, agora, esperam retomar as conversas com o governo sobre medidas que permitirão avançar nesse processo.

Apesar de não haver propostas consensuais nem mesmo entre eles, os banqueiros fizeram um mea-culpa sobre a atitude adotada diante da pressão do governo por queda nos juros e falam em apresentar sugestões efetivas para o debate.

Para executivos de grandes bancos de varejo, se a ideia é fazer com que a redução do "spread" (diferença entre o quanto o banco paga para obter dinheiro no mercado e o valor cobrado dos clientes) seja algo sustentável, será necessária uma trégua com o governo.

Um ponto importante é a facilitação de migração dos clientes entre bancos. Eles querem também destravar a criação do cadastro positivo, uma central com informações sobre bons pagadores que permite a oferta de melhores condições de crédito.

Os dois pontos constam da agenda oficial e ajudam a construir uma saída para o impasse criado nas últimas semanas.

Oficialmente, a portabilidade do histórico de relacionamento e, sobretudo, das dívidas dos clientes bancários de uma instituição para outra já existe. Na prática, porém, as dificuldades para implementá-la são muitas.

Os próprios bancos sabotaram a iniciativa que foi regulamentada pela primeira vez em 2001 porque não tinham interesse em facilitar o trânsito da clientela para concorrência.

NOVO DISCURSO

Diante da mudança de cenário e com a exigência do governo para redução dos juros, o discurso começa a mudar.

Há quem defenda que a portabilidade no sistema bancário seja facilitada como ocorre na telefonia, em que o cliente autoriza que a nova instituição solicite os dados necessários para o banco de origem.

Além disso -e mais emergencial-, é a necessidade de uma melhor regulamentação para transferência de dívidas. Hoje, alegam alguns bancos, é quase impossível transferir operações porque isso depende da liberação da garantia. No caso de veículos, há ainda dependência dos órgãos de trânsito.

Para o cadastro positivo, os bancos querem mais segurança em relação à manipulação dos dados por parte das centrais de dados, já que todos respondem de forma solidária no caso de problemas. A ideia é criar uma certificação para as empresas que cuidarão das informações.

A falta de propostas foi uma das grandes reclamações dos técnicos do governo que participaram de reuniões com Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos.

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