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Operários de Belo Monte anunciam greve

Paralisação no Pará é marcada para segunda-feira; sindicato afirma que propostas da empresa foram rejeitadas

Funcionários já haviam parado por quatro dias; governo pode entrar na negociação, diz Gilberto Carvalho

Ruy Sposat/Divulgação/Xingu Vivo
Trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte durante greve realizada entre o final de março e o início deste mês
Trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte durante greve realizada entre o final de março e o início deste mês

AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM

Trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA) anunciaram ontem que entrarão em greve a partir da próxima segunda-feira.

Os operários já haviam feito paralisação de quatro dias entre o fim de março e o início deste mês. Retomaram as atividades à espera de resposta do CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) às reivindicações.

Segundo o Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada), ligado à central Força Sindical, os funcionários rejeitaram a proposta do consórcio e aprovaram a greve em assembleias entre ontem e hoje.

"Praticamente todos votaram a favor da greve", afirmou Roginel Gobbo, vice-presidente do Sintrapav.

Os principais impasses na negociação são o aumento do auxílio-alimentação e a redução do intervalo entre as folgas para visitas a familiares (conhecidas como baixadas).

De acordo com o sindicato, o consórcio ofereceu aumento no auxílio-alimentação de R$ 95 para R$ 110. Os trabalhadores pedem R$ 300.

A categoria quer ainda que as visitas às famílias aconteçam a cada três meses, e não seis meses, como é hoje. O consórcio não aceitou e sugeriu aumentar o número de dias dessa folga, de 9 para 19. Os dez dias adicionais seriam descontados das férias.

Gobbo afirma que, se houver nova proposta antes da segunda-feira, ainda é possível cancelar a greve.

O consórcio não se pronunciou ontem sobre o anúncio de paralisação.

A hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu (a 945 km de Belém), é uma das principais obras do governo federal. Quando estiver concluída, em 2019, será a terceira maior do mundo.

A responsável pela usina é a empresa Norte Energia, formada por empresas estatais e privadas, como Eletronorte, Eletrobras e Vale.

A construção da usina, porém, está a cargo do Consórcio Construtor de Belo Monte, que tem como principal acionista a construtora Andrade Gutierrez.

Ontem, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse que o governo poderá entrar na negociação com os trabalhadores da usina. "Estão anunciando [greve] para segunda, até lá temos tempo para conversar", disse.

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