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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Vendas de defensivos agrícolas são recordes e vão a US$ 8,5 bi em 2011

O bom desempenho do agronegócio se refletiu nas vendas de defensivos agrícolas do ano passado. As indústrias terminaram o ano com vendas recordes de US$ 8,5 bilhões, 16,3% mais do que as de 2010. Em reais, a comercialização somou R$ 14,1 bilhões, com evolução de 11%.

Os dados são da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). "O ano passado terminou bem, mas agora estamos olhando para este [2012] com olhos cautelosos", diz Eduardo Daher, diretor-executivo da Andef.

Para José Roberto Da Ros, vice-presidente do Sindag, o desempenho deste ano não deve repetir o do ano passado. "É muito cedo para previsões, mas as estimativas atuais são de 3% a 5% de crescimento", diz ele.

Os carros-chefes do setor no ano passado, no entanto, continuam bem: soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Essas lavouras foram responsáveis por 80% do total das vendas em 2011.

À exceção do algodão, que está com recuo nos preços, as demais não têm grandes alterações. A soja, que detém 44% das vendas de defensivos, está com preços elevados devido à seca na América do Sul e à redução de área nos Estados Unidos.

O Brasil se caracteriza como um dos países entre os que têm uma das maiores evoluções no consumo de defensivos. Daher diz que as condições de país tropical forçam os produtores a utilizar mais defensivos. Além disso, o país faz duas safras por ano, o que não é possível nos países frios.

O sistema de plantio direto e a proibição da queima de cana-de-açúcar também vem exigindo uma utilização maior de defensivos para combater pragas e insetos nas lavouras.

O uso de defensivos na agricultura passa por um processo de mudanças. No início dos anos 2000, os herbicidas representavam 50%. Nesta safra que se encerra, o percentual foi de 33%.

A utilização de fungicidas, no entanto, subiu de 16% para 27% no período, principalmente devido a novas doenças como a ferrugem da soja.

Após a soja, o algodão é o produto que tem a maior participação nas vendas de defensivos no mercado nacional, com 13% do total. Cana e milho vêm a seguir, com 12% e 9%, respectivamente.

"O ano passado terminou bem, mas agora estamos olhando para este [2012] com olhos cautelosos"

EDUARDO DAHER

diretor executivo da Andef

Os números 'dançam' no setor de cana

No país que mais entende de cana, ninguém fala a mesma língua quando o assunto é estimativa. Nos últimos 15 dias, as previsões de produção de cana da região centro-sul variaram de 460 milhões a 532 milhões de toneladas.

Esses 72 milhões de toneladas de diferença nas estimativas superam a produção de vários países participantes desse mercado, como a Austrália, e são superiores à do Nordeste brasileiro.

Seguido o mix atual de produção do setor, poderiam ser feitos 4,6 milhões de toneladas de açúcar e mais 3 bilhões de litros de álcool com esse volume de cana.

Se a cana fosse destinada só para açúcar, seriam 9,6 milhões de toneladas -ou 6 bilhões de litros de etanol.

Com tantos números, fica difícil para as empresas ligadas ao setor elaborar um planejamento anual.

Com KARLA DOMINGUES

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